Deputados acusam interferência do Executivo na tramitação do projeto das faixas salariais

O projeto do Governo do Estado propondo o fim das faixas salariais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, de forma escalonada até 2026, continua sendo tema de debates acalorados no Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Na segunda-feira (1º), o deputado Joel da Harpa (PL) acusou a suposta interferência da gestão estadual na Comissão de Justiça da Casa, que está encarregada de debater a proposta nesta terça-feira (2).

O deputado expressou sua preocupação com a condução do debate pela presidência do colegiado, alegando que a interferência do Poder Executivo pode levar à rejeição de emendas constitucionais. Joel da Harpa contestou a decisão do deputado Antônio Moraes (PP) de encerrar uma reunião e desligar os microfones, impedindo que os parlamentares se expressassem.

Ele reiterou sua oposição ao projeto do Poder Executivo, argumentando que considera a proposta inconstitucional.

Débora Almeida (PSDB), relatora da proposta na Comissão de Justiça, afirmou que Joel da Harpa teria “incitado” os militares durante uma reunião anterior. Ela alegou que o deputado causou insegurança no encontro ao “inflamar” a tropa. Em resposta, Joel da Harpa negou as acusações.

O líder do governo na Alepe, Izaías Régis (PSDB), negou qualquer interferência na condução do debate e defendeu a atuação responsável do Governo na questão fiscal. Socorro Pimentel (União) também defendeu a gestão, argumentando sobre a impossibilidade financeira do governo em cumprir as demandas da categoria em curto prazo.

O vice-presidente da Comissão de Justiça, Romero Albuquerque (União), criticou a suposta tentativa do Governo de substituí-lo no colegiado e acusou a governadora Raquel Lyra de agir de forma despótica e por interesse político próprio. Ele enfatizou a importância da autonomia legislativa da Assembleia e condenou a pressão autoritária do governo.

Em aparte, Joel da Harpa expressou solidariedade ao colega e criticou as tentativas de interferência do Governo nos trabalhos da Casa. Socorro Pimentel negou a participação da governadora Raquel Lyra na decisão e destacou a existência de diálogos entre os poderes, ao contrário de gestões anteriores.

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