Copom eleva juros básicos da economia para 11,25% ao ano

(Foto: Ilustração)

Em resposta ao cenário econômico global e à recente valorização do dólar, o Banco Central aumentou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, passando para 11,25% ao ano.

A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e já foi prevista pelo mercado financeiro. Esse ajuste marca uma nova fase de contração monetária, após um ano de manutenção da taxa em 13,75% entre agosto de 2022 e agosto de 2023 e uma série de cortes graduais desde então.

A elevação da Selic visa controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que em setembro subiu para 0,44%, impactada pelo aumento nas tarifas de energia e no preço dos alimentos, afetados pela seca.

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,42%, se aproximando do teto da meta inflacionária de 4,5% para o ano. O Banco Central já havia ajustado sua projeção para o IPCA de 2024 para 4,31% em seu Relatório de Inflação de setembro, mas a previsão pode sofrer novas alterações devido à persistente alta do dólar e às condições climáticas desfavoráveis.

As estimativas de mercado para a inflação estão acima das projeções do Banco Central. Segundo o Boletim Focus, a inflação deve fechar o ano em 4,59%, ultrapassando o teto da meta. Em comparação com o mês anterior, o mercado reviu sua estimativa, anteriormente em 4,38%.

O aumento da Selic torna o crédito mais caro, desestimulando o consumo e ajudando a conter a inflação, ao mesmo tempo que pode frear o crescimento econômico.

No último relatório, o Banco Central elevou sua previsão de crescimento para o PIB em 2024 para 3,2%, acompanhando a expansão de 3,1% observada neste ano.

Como taxa básica da economia, a Selic orienta a rentabilidade dos títulos públicos e a influência das demais taxas de juros. Com o aumento, o Banco Central visa equilibrar a demanda e reduzir a pressão inflacionária.

A redução da Selic pode ser considerada quando a inflação estiver sob controle, permitindo que o crédito fique mais acessível e incentivando o crescimento econômico sem comprometer a estabilidade dos preços.

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