Abril de Lutas: MST ocupa terras em Pernambuco por reforma agrária

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou, neste fim de semana terras nas cidades de Águas Belas, Riacho das Almas, Altinho e Petrolina, em Pernambuco. As ações integram o “Abril de Lutas”, uma jornada nacional realizada anualmente pelo movimento social em referência ao Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, em que 21 agricultores foram mortos pela Polícia Militar.

Em 2025, a jornada tem como tema o lema “Ocupar o Brasil para Alimentar” e, segundo o movimento, deve acontecer até o dia 17 deste mês. Em um vídeo publicado nas redes sociais do MST, o professor e técnico agropecuário Florisvaldo Araújo, que integra o movimento, informa que cerca de mil famílias ocuparam a fazenda CopaFruit, em Petrolina, no Sertão do São Francisco.

“Nesta manhã de domingo, seis de abril, estamos ocupando mais um latifúndio improdutivo aqui em Petrolina, na regional Vale do São Francisco. Esse é um momento importante para a gente apontar para o que deve ser os nossos principais desafios daqui para a frente. Um deles é acabar com a fome nesse país. Só é possível acabar com a fome produzindo alimentos e a reforma agrária tem um papel fundamental nesse processo”, diz Florisvaldo.

Em Riacho das Almas, no Agreste, foi ocupada a fazenda Galdino, enquanto em Águas Belas, na mesma região do estado, a ação aconteceu na Fazenda Barra da Ribeira, e em Altinho, também no Agreste, o alvo foi a Fazenda  Mandioca. “A ocupação realizada pelas famílias Sem Terra denuncia a improdutividade da propriedade. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) defende a imediata desapropriação da área, com o objetivo de transformá-la em um território produtivo, gerador de trabalho, renda e alimento saudável”, diz outra publicação do MST.

Outra ocupação aconteceu em Goiana, na Zona da Mata. As terras ocupadas correspondem à Usina Santa Teresa, do grupo João Santos, que atualmente enfrenta processo de recuperação judicial em razão de dívidas tributárias e trabalhistas. A mobilização foi realizada por 800 famílias.

Ato 

Em Pernambuco, o MST também tem mobilização marcada para acontecer na próxima terça-feira (8), às 18h, no Sindicato dos Bancários, Centro do Recife. Trata-se do ato de lançamento da Marcha da Reforma Agrária do MST, agendada para acontecer no dia 15 de abril, também na capital pernambucana.

Diario de Pernambuco

Incêndio atinge Ocupação no Grande Recife

Um incêndio foi registrado neste domingo (27), na Ocupação Maria Felipa, localizada no bairro de Maranguape II, no município do Paulista, no Grande Recife.

Por nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco disse que “quatro viaturas se dirigiram até o local para combaterem as chamas que atingiram seis barracos da comunidade, impedindo que se alastrassem para a circunvinzinhança”.Ainda segundo as informações do Corpo de Bombeiros, a ocorrência foi finalizada às 2h e não houve registro de vítimas.

O dirigente do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM-PE), Paulo André de Araújo, esteve no local e explicou que como as estruturas dos barracos são precárias e feitas de materiais inflamáveis, e elas são muito próximas uma das outras, o fogo teve uma concentração maior em seis unidades, mas o impacto acabou atingido outros 24 barracos. No total, o MNLM-PE registrou 60 famílias prejudicadas.

“Essa é uma ocupação de famílias em situação de vulnerabilidade. Elas estão aqui desde o dia 22 de janeiro, para fazer com que o Governo do Estado dê celeridade ao processo de doação da área, que hoje possui 400 barracos construídos, junto à Caixa Econômica”, disse Paulo André. Ainda não se sabe o que teria provocado o incêndio. Segundo o dirigente do Movimento Nacional, diante das instalações precárias, pode ter ocorrido algum curto circuito próximo ao local, mas ainda não há laudo técnico que aponte como o fogo começou.

“Essas famílias estão hoje abrigadas nas casas de familiares e amigos, estão sendo acolhidas, mas não tivemos nenhum suporte do poder público. A comunidade é totalmente esquecida e privada de qualquer atendimento à saúde, segurança, as famílias vivem de doação de roupas, imóveis e alimentos”, explicou Paulo André.

Ele contou que o terreno onde está localizada a Ocupação Maria Felipa pertence ao Governo do Estado, tendo sido doado em 2015. Desde então, é aguardado a apresentação de uma proposta para a construção de um habitacional. “No próximo dia 6 de setembro, se encerra o prazo para apresentação dessa proposta, que poderá atender 200 famílias”, explicou o dirigente.A reportagem entrou em contato com a Prefeitura do Paulista e está aguardando o retorno. Assim que obtivermos a resposta, a matéria será atualizada.

JC Online