Campina Grande também quer tirar Escola de Sargentos do Exército de Pernambuco

Enquanto encontra resistências de grupos de interesses em Pernambuco, a implantação da Escola de Sargentos do Exército (ESA) é disputada por outros atores até mesmo no Nordeste. O blog de Jamildo apurou que o prefeito de Campina Grande, na Paraíba, Bruno Cunha Lima, ligou para o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, oferecendo a cidade para abrir o projeto educacional e de desenvolvimento. Bruno Cunha Lima é filiado ao União Brasil (UNIÃO) e foi deputado estadual da Paraíba.

Em entrevista exclusiva o general Joarez, responsável pela implantação do projeto de Estado, já havia repetido que não faltam interessados. “Toda vez que acontece um ruído aqui, os estados do Rio Grande do Sul e Paraná entram em contato e se oferecem, se colocam como parceiros para sediar a escola”.Até a cidade de Campina Grande já procurou o MD se apresentando como alternativa.

O interesse se justifica pela expectativa de geração de emprego e renda. São mais de R$ 200 milhões por ano somente no pagamento de salários aos professores e estudantes, com algo em torno de 5 mil empregos diretos. Algo que poderia mudar a face da porção oeste do Estado. “Eles (os concorrentes) sabem do ganho com um empreendimento desta magnitude, mas queremos continuar neste rumo, pois o Nordeste precisa mais do que o Sul e o Sudeste”, comentou, em um primeiro momento.

“É como se fosse uma nova Aman, agora no Nordeste”, já afirmou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, ao explicar os impactos econômicos e sociais do projeto. Na conversa exclusiva com o blog de Jamildo, o general Joarez respondeu um questionamento d eum integrante do Grupo de Trabalho (GT) criado pela governadora Raquel Lyra, em relação ao empreendimento, na semana que passou.

Joarez explicou que o Exército está passando por uma mudança de paradigmas, porque hoje a formação é concentrada no Sul e no Sudeste. “No entanto, o Exército brasileiro é nacional, não é (ou não deveria ser) regionalizado. Hoje, a escola de formação de oficiais é em Resende e acaba, pela localização, tendo uma maior atratividade na região que fica em seu entorno, Sul e Sudeste. Com essa nova escola, vamos descentralizar”

Para um bom leitor, descentralizar aqui não representa apenas criar novas oportunidade, na região mais pobre do Brasil, mas também promover a integração nacional por meio e entre as próprias Forças Armadas. “A escola de sargentos já foi descentralizada, mas hoje a formação se dá em 16 locais pelo Brasil, notadamente Rio de Janeiro e Minas Gerais. O que se pretende é a centralização, em busca de economicidade e foco no processo educacional. Em uma palavra, novamente: o Exército não pode ser regionalizado. Assim, termos maior atratividade no Norte e Nordeste é extremamente positivo (para as Forças Armadas e para o próprio Brasil)”

Não é a primeira vez que o Comando Militar do Nordeste alerta para o risco de perda, mas o general Joarez defendeu, de forma diplomática, a retomada do processo de negociação. “A questão ambiental não é desgaste. Ela (Raquel Lyra) tem que explicitar esta parceria no empreendimento da Escola de Sargentos”, explicou.

JC Online

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