Botafogo troca ostentação em ranking financeiro por liderança do Brasileirão

A lógica do mundo financeiro, a liderança do Campeonato Brasileiro deveria pertencer a Flamengo, Palmeiras ou Corinthians. Os três ocupam, respectivamente, o primeiro, segundo e o terceiro lugares no ranking das maiores receitas operacionais na comparação entre clubes das Américas do Sul, Norte e Central elaborado pela consultoria Sports Value. O levantamento inclui os resultados dos balanços de franquias badaladas da Major League Soccer (MLS), a liga profissional de futebol dos Estados Unidos. Na prática, o Botafogo contraria a regra. Ausente na lista dos ricaços do continente, o Glorioso continuará no topo da Série A até com derrota para o Athletico-PR neste sábado, às 18h30, na Arena da Baixada, em Curitiba, na largada para a nona volta da corrida pelo principal título do país.

Comprado recentemente pelo empresário inglês John Textor, o Botafogo trabalha para entrar em longo prazo na seleta lista dos clubes mais abastados das Américas. A eliminação diante do Athletico-PR na Copa do Brasil atrapalha. O Glorioso caiu na competição mais rentável do país e deixou de ganhar R$ 4,3 milhões. Restam, ainda, premiações no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana.

Apenas seis times brasileiros constam no top 20 (leia gráfico): Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Atlético-MG e Inter. Treze são dos EUA e um da Argentina, o River Plate. Os times mexicanos não divulgam balanço e estão fora do levantamento. Estima-se que os filiados à badalada Liga MX movimentem US$ 600 milhões anualmente.

“O tamanho do mercado brasileiro é resultado dos altos valores dos contratos televisivos e marketing. Os valores recebidos com tevê pelo Flamengo são maiores que todo o recebido pelos times do Chile. Colômbia ou da Argentina, por exemplo”, aponta o relatório. O desequilíbrio é gritante. Em 2022, o Flamengo arrecadou 495 milhões em cotas contra R$ 41 milhões do Boca Juniors. O time argentino ganhou 12 vezes menos.

O documento traz um alerta aos times brasileiros. “Embora os top 3 times do ranking do continente americano sejam brasileiros, entre os top 30 times, o total domínio é estadunidense. Os times da MLS somam 18 dos 30 maiores do continente, Brasil 10 times e 2 da Argentina. A tendência com o tempo será os times da MLS dominarem todas as posições”, adverte. O contrato de tevê nos EUA é de US$ 250 milhões, frente aos US$ 575 milhões no Brasil. Além disso, faturam mais que os brasileiros com marketing e estádio (matchday).

Correio Brasiliense

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