Biofábrica que leva turistas para ‘plantar’ fragmentos de corais em Porto de Galinhas vence Prêmio Nacional de Turismo

Uma startup que trabalha para recuperar as formações de corais na praia de Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca, no Grande Recife, venceu a edição 2023 do Prêmio Nacional de Turismo, promovido pelo governo federal. A BioFábrica de Corais foi a vencedora da categoria “Turismo sustentável e ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”.

A empresa trabalha com turismo regenerativo, aquele em que os visitantes participam de ações de proteção ao meio ambiente durante a visita a algum destino turístico, como forma de unir a atividade econômica à preservação ambiental.”As pessoas fazem atividades náuticas tradicionais em Porto de Galinhas, com empresas parceiras, e a etapa final do passeio delas é plantar os corais junto com a gente. Então, você não só visita, mas deixa alguma contribuição para o ecossistema”, afirma Rudã Fernandes, CEO da startup.

A ideia da solução surgiu em 2017, a partir do trabalho de doutorado de Rudã na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mas a empresa foi criada em 2021, como startup incubada no Polo Tecnológico e Criativo da universidade.Os primeiros passeios foram realizados em 2022. Desde então, cerca de 200 pessoas participaram de algum dos mergulhos da biofábrica. Além disso, mais de 6 mil fragmentos de corais foram “plantados” no oceano.

Embora pareçam rochas, os corais são animais do mesmo grupo das medusas e das caravelas, mas que possuem um exoesqueleto feito de calcário. Embora possam viver isolados, eles costumam viver em colônias, formando os famosos recifes. “Os corais são os ecossistemas mais ameaçados pelas mudanças climáticas depois das geleiras. Isso, por si, traz uma importância de cuidar deles. Além disso, o turismo regenerativo não briga com a atividade turista convencional. Pelo contrário, ele se complementa e a ajuda a seguir”, disse Rudã.

Criado desde 2018 pelo Ministério do Turismo, o prêmio não concede pagamento em dinheiro aos vencedores. Ao reconhecer as iniciativas, o objetivo é que elas recebam mais atenção do público e, ao mesmo tempo, inspirem projetos parecidos em outros locais do país.

A expectativa de Rudã é que a visibilidade trazida pelo prêmio ajude o projeto a ganhar escala e expandir o trabalho para outras cidades. “A gente tem conversado com algumas regiões no Rio de Janeiro; e a gente tem uma discussão muito avançada para trabalhar em Maragogi [no Litoral Norte de Alagoas]”, contou.Hoje, a BioFábrica de Corais realiza atividades de pesquisa na costa de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Além da startup, outro projeto pernambucano, o Programa de Incentivos Fiscais para o Centro Histórico do Recife (Recentro), ficou em segundo lugar na categoria “Melhoria do ambiente de negócios e atração de investimentos privados para o turismo”.

G1 Pernambuco

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