Audiência debate medidas para combater furto de fios

Mais de 150 mil clientes ficaram sem energia em Pernambuco nos últimos dois anos devido ao furto de cabos e materiais elétricos, resultando em mais de 4.600 ocorrências e afetando 210 km de rede, além de 745 furtos de transformadores.

Esses dados foram apresentados pela Neoenergia durante uma audiência realizada pela Comissão de Administração Pública nesta quarta-feira (13), com o objetivo de discutir o crescimento desse tipo de crime em todas as regiões do estado.

O gerente de Relações Institucionais da empresa, Rafael Motta, alertou para os prejuízos causados não apenas pela necessidade de reparos, mas também pela interrupção de outros serviços essenciais, como fornecimento de água e internet.

Medidas estão sendo adotadas para tentar reduzir essas ocorrências, incluindo convênios com as forças de segurança, investimento em tecnologia e ações educativas. Porém, o gerente regional da Anatel, Alexandre Ataíde Gonçalves, destacou que empresas e a própria agência reguladora sofrem danos de imagem e prejuízos financeiros com as interrupções prolongadas de fornecimento.

O presidente da Compesa, Alex Machado Campos, também ressaltou os impactos desses crimes, especialmente em regiões que já enfrentam escassez de água. Ele relatou a atuação de grupos organizados em roubos de fios de cobre, transformadores e equipamentos, afetando diretamente o serviço de prestação de água em Pernambuco.

A deputada Dani Portela (Psol) enfatizou que medidas exclusivamente punitivas são pouco eficazes, principalmente nos casos em que os delitos são cometidos por pessoas vulneráveis, como aquelas em situação de rua. Já o deputado Luciano Duque (Solidariedade) defendeu a regulamentação da Lei nº 15.034/2013 e propôs novas leis para combater com mais eficácia esse mercado ilegal, incluindo penalidades administrativas para roubo, furto e receptação de materiais. Ele protocolou o Projeto de Lei nº 1.094/2023 para tratar do tema.

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