
Maia já antecipou que rejeitará todas as questões de ordem que tiverem o objetivo de ir contra a tradição da Casa. (Foto: Internet)
Após aplicar uma série de medidas protelatórias que conseguiram fazer do seu processo o mais longo da história do Conselho de Ética, o deputado afastado Eduardo Cunha enfrentará finalmente, em dois dias, a sessão determinante para seu futuro político.
Está marcada para as 19h de segunda-feira a votação do parecer que pede a cassação do mandato do peemedebista. Embora ainda busque votos e tente aplicar manobras, Cunha chegará ao dia 12 sem o apoio robusto que já teve de seus antigos aliados e será alvo de protestos.
A maioria das bancadas dos deputados chegará a Brasília na segunda-feira. Antes da sessão de votação, às 13h, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) colocará em votação cinco medidas provisórias. A expectativa é de que, mesmo com tentativas que serão aplicadas para que se vote uma punição mais branda, como a suspensão do mandato, Cunha acabe cassado.
Alguns de seus principais apoiadores, como integrantes do chamado centrão, bloco de 13 partidos médios e pequenos que tradicionalmente apoiam Cunha, não estão unidos em prol da salvação do ex-presidente da Casa.
Apoiado pelo peemedebista na campanha pela presidência da Câmara, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), afirmou que a bancada está liberada.
“Esse é um assunto que o partido entende que a bancada está livre para votar de acordo com sua consciência. Eu sugiro que cada parlamentar aproveite, se não o fez ainda, para ler o relatório do deputado Marcos Rogério ou do presidente Eduardo Cunha, independente se já tem uma opinião formada”, disse o deputado.
Mesmo com a ação de aliados para tentar esvaziar a sessão de segunda, a expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é de que haja um quórum de pelo menos 420 deputados para realizar a votação. O PSD, garante Rosso, estará em peso.
“Uma sessão que tem um mês no mínimo de antecedência de marcação, eu imagino que vai ter um quórum alto. O PSD é um dos partidos mais assíduos da Câmara dos deputados. Independente de qual seja a votação, qual tema, os parlamentares da legenda comparecem para votar e não será diferente segunda-feira”, afirmou Rosso.
Maia já antecipou que rejeitará todas as questões de ordem que tiverem o objetivo de ir contra a tradição da Casa, que é votar o parecer. O deputado, porém, é enfático ao afirmar que não tomará nenhuma decisão “monocrática”.
O presidente se prepara para recursos com pedidos de efeito suspensivo que, se aprovados, podem parar o processo e levá-lo de volta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá três sessões para se pronunciar sobre a decisão do presidente.
Fonte Diário de Pernambuco