MPPE apura vazamento de lista com doenças de presos divulgada em grupos de WhatsApp

Dados de detentos de um presídio do Complexo do Curado, no Recife, estariam circulando no WhatsApp após terem sido repassados por um policial penal

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recebeu uma denúncia sobre o vazamento de dados sigilosos de detentos do Presídio Policial Penal Leonardo Lago, que integra o Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. O documento, que estaria circulando em grupos de WhatsApp com participação de familiares de presos, inclui informações pessoais e médicas dos internos.

Segundo a denúncia, a lista com nomes completos, doenças como HIV/Aids e tuberculose, e até dados de familiares — incluindo crianças e adolescentes — teria sido repassada por um policial penal da unidade. O material teria sido produzido por setores psicossociais e de segurança da própria prisão.

A representação foi feita pelo Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), organização ligada à defesa dos direitos humanos. A entidade solicitou ao MPPE a apuração dos fatos e a responsabilização dos envolvidos pelo vazamento.

A denúncia destaca possíveis violações ao artigo 154 do Código Penal, que trata do sigilo profissional, além de infrações à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e à Lei de Abuso de Autoridade. Esta última prevê punições para situações que exponham presos a constrangimentos ou vexames não autorizados por lei.

Em nota, a Promotoria de Execução Penal do MPPE confirmou o recebimento da denúncia, mas informou que o documento não identificou nominalmente os policiais penais responsáveis pela quebra de sigilo. Por isso, será enviado ofício à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e à direção do presídio, solicitando esclarecimentos.

Procurada pela coluna Segurança, a Seap informou que ainda não recebeu comunicação oficial sobre o caso.

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