A China anunciou, nesta quarta-feira (9), um novo aumento nas tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, aprofundando ainda mais a disputa comercial com o governo de Donald Trump. Segundo o Ministério das Finanças chinês, a alíquota total sobre os produtos norte-americanos poderá chegar a até 104% a partir desta quinta-feira (10).
A nova medida inclui uma tarifa adicional de 50%, em retaliação às sanções anteriores impostas por Washington. O total soma-se aos 20% já em vigor desde o início do ano e aos 34% aplicados na semana passada.
O percentual anunciado hoje representa um salto significativo frente à última rodada de tarifas e marca um novo capítulo nas tensões entre as duas maiores economias do planeta.
O governo Trump tem defendido as tarifas como forma de incentivar empresas globais a instalarem fábricas nos Estados Unidos, criando empregos e fortalecendo a economia doméstica. No entanto, analistas alertam para efeitos colaterais da estratégia, como o aumento dos preços para consumidores americanos e o risco de uma recessão.
Além disso, há preocupações quanto à desaceleração da economia global, já afetada por instabilidades geopolíticas e dependente de cadeias de suprimentos internacionalizadas.
Em meio à escalada comercial, o presidente chinês Xi Jinping evitou mencionar diretamente as tarifas americanas, mas reforçou a estratégia diplomática de aproximação com países vizinhos. Durante conferência de alto nível do Partido Comunista sobre diplomacia periférica, Xi defendeu a construção de um “futuro compartilhado” com os países da região.
O líder chinês também enfatizou a importância de uma integração mais profunda nas cadeias industriais e de suprimento, sugerindo uma tentativa de contornar os impactos das sanções americanas por meio da diversificação de parcerias.
A última conferência com foco nas relações regionais havia ocorrido em 2013. A nova edição ocorre num momento estratégico em que Pequim busca transformar a crise comercial com os EUA em uma oportunidade para fortalecer sua influência na Ásia.
As informações são do G1