As contas externas do Brasil fecharam novembro de 2024 com déficit de US$ 3.060 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (23).
O resultado é significativamente superior ao déficit de US$ 3 milhões registrado em novembro de 2023, evidenciando uma piora na balança de transações correntes, que incluem compras e vendas de mercadorias, serviços e transferências de renda com o exterior.
A piora no saldo foi atribuída à queda de US$ 1,7 bilhão no superávit comercial, impulsionada principalmente pelo aumento nas vendas. Adicionalmente, houve aumento nos déficits das contas de serviços e de renda primária, que aumentaram em US$ 922 milhões e US$ 603 milhões, respectivamente. Por outro lado, o superávit na conta de renda secundária registrada alta de US$ 140 milhões.
Nos 12 meses encerrados em novembro, o déficit em transações correntes totalizou US$ 52,417 bilhões, equivalente a 2,37% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor representa uma alta em relação ao déficit de US$ 49,360 bilhões (2,22% do PIB) do mês anterior e ao saldo negativo de US$ 25,844 bilhões (1,19% do PIB) registrado no mesmo período de 2023.
As exportações somaram US$ 28.199 bilhões em novembro, um aumento de 0,4% em relação ao mesmo mês de 2023. Por outro lado, as mesmas atingiram US$ 21.872 bilhões, representando um crescimento de 8,9%. Com isso, o superávit da oscilação comercial dinâmica-se para US$ 6,327 bilhões, ante US$ 7,999 bilhões em novembro do ano anterior.
O déficit na conta de serviços, que inclui gastos com viagens internacionais, transporte e serviços de propriedade intelectual, foi de US$ 4,664 bilhões, um aumento de 24,6% em relação aos US$ 3,742 bilhões registrados em novembro de 2023. Destaque para o aumento de 90,6% no déficit com serviços de propriedade intelectual, totalizando US$ 641 milhões.
O déficit em renda primária, que inclui pagamentos de juros, lucros e dividendos, somou US$ 4,974 bilhões em novembro, 13,8% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior. Por outro lado, a conta de renda secundária apresentou superávit de US$ 251 milhões, frente a US$ 111 milhões em novembro de 2023.
No campo do financiamento, os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 6,956 bilhões no mês, demonstrando ligeira alta em relação aos US$ 6,668 bilhões do mesmo período do ano anterior. O estoque de reservas internacionais do Brasil atingiu US$ 363,003 bilhões em novembro, um aumento de US$ 3,093 bilhões em comparação ao mês anterior.
Embora o déficit em transações correntes tenha mostrado tendência de alta desde março deste ano, o BC avalia que o cenário permanece robusto, com o déficit financiado por capitais de longo prazo. O aumento nos investimentos diretos no país reflete a confiança no setor produtivo brasileiro, considerada essencial para o equilíbrio das contas externas.
As informações da Agência Brasil
