PF conclui que narrativas golpistas fomentaram atos antidemocráticos

A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro criou condições para o atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF), em 13 de novembro de 2024, e para os atos de vandalismo e invasão de prédios públicos em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

A conclusão do golpe consta no relatório do inquérito do golpe, no qual Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciados por tentativa de golpe de Estado e pela abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O documento teve seu sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do caso.

De acordo com a investigação, a difusão repetitiva de discursos antidemocráticos manteve a mobilização de grupos radicais que visavam à execução de um golpe de Estado, planejado, mas não consumado pela falta de apoio de setores das Forças Armadas, como o Exército e a Aeronáutica.

O relatório aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve envolvimento direto no planejamento e na execução das ações. Além disso, Bolsonaro tinha conhecimento de um plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía possíveis atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.

Entre os materiais apreendidos, a PF encontrou um documento manuscrito na sede do Partido Liberal (PL) que detalhava medidas para interromper a transição de governo em 2022. O texto, intitulado “Operação 142”, faz referência ao artigo 142 da Constituição, utilizado por grupos extremistas como justificativa para intervenção militar.

Outro ponto destacado foi a anuência do então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, que teria colocado tropas à disposição de Bolsonaro. Entretanto, a falta de adesão das demais Forças Armadas inviabilizou o plano.

Com a conclusão do inquérito, o relatório foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, analisará o documento para decidir sobre a denúncia dos indiciados, incluindo o ex-presidente, pelos crimes apurados.

As informações são da Agência Brasil 

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