Pernambuco é o segundo estado do País em falta de vacinas

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) entre 2 e 11 de setembro revelou que 64,7% dos municípios brasileiros enfrentam a falta de vacinas, especialmente aquelas destinadas à imunização infantil.

O levantamento contou com a participação de 2.415 cidades e destaca uma grave deficiência nos insumos necessários para garantir a cobertura vacinal plena da população.

Segundo o estudo, Santa Catarina é o estado mais afetado, com 83,7% dos municípios relatando escassez de vacinas. Pernambuco vem em seguida, com 80,6%, e o Paraná aparece logo depois, com 78,7% das cidades sofrendo com o problema.

Quando analisados por região, o Sudeste se destaca com 68,5% dos municípios enfrentando a falta de imunizantes, seguido de perto pelo Sul e Nordeste, ambos com 65,1%, e o Centro-Oeste com 63%. A Região Norte apresentou um cenário menos grave, com 42,9% dos municípios afetados.

O Ministério da Saúde é responsável por adquirir e distribuir as vacinas previstas no Calendário Nacional de Vacinação, além de fornecer seringas e agulhas para a aplicação.

No entanto, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destacou a discrepância entre o discurso do governo federal, que mencionou a vacinação como um dos eixos do desfile de 7 de setembro, e a realidade enfrentada pelos municípios, que relatam a falta de imunizantes há mais de 30 dias. “Estamos cobrando do Ministério da Saúde que disponibilize os imunizantes para vacinar as crianças e suas famílias o mais rapidamente possível”, alerta Ziulkoski.

A CNM está pressionando o Ministério da Saúde para que acelere a disponibilização dos imunizantes, principalmente os destinados à vacinação infantil. De acordo com o levantamento, muitas cidades estão sem vacinas há mais de 90 dias.

A vacina contra a Varicela, fundamental para o reforço em crianças de quatro anos contra a catapora, é a mais escassa, com ausência em 1.210 municípios. Em segundo lugar está a vacina contra a Covid-19 para crianças, faltando em 770 cidades, com atrasos médios de 30 dias.

Outra vacina em falta é a Meningocócica C, que protege contra infecções graves como a meningite. Essa vacina está ausente em 546 municípios, com um período de falta superior a 90 dias. Também são citadas como escassas a Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), a Hepatite A, e a DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

A CNM analisou ainda as metas de cobertura vacinal dos últimos cinco anos e constatou que, à exceção da vacina BCG em 2022, nenhuma das metas foi atingida. Em 2023, a cobertura da vacina Meningocócica C ficou em 82,5%, abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.

A pesquisa revela um cenário preocupante, onde a falta de vacinas pode comprometer seriamente os avanços na saúde pública, especialmente entre as crianças.

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