Nesta quinta-feira, 8, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de microcefalia e anomalias congênitas associadas à febre oropouche. O bebê, que faleceu no Acre após 47 dias de vida, apresentou condições graves relacionadas à infecção viral.
A mãe do bebê, de 33 anos, havia mostrado erupções cutâneas e febre no segundo mês de gestação. Exames laboratoriais realizados após o parto confirmaram a presença do vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) em seu organismo.
“Exames apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas. No entanto, a correlação direta da contaminação vertical de Oropouche com as anomalias ainda precisa de uma investigação mais aprofundada”, informou uma nota do ministério.
A febre oropouche é uma infecção viral transmitida pelo Orthobunyavirus oropoucheense, com sintomas semelhantes aos da dengue e endêmica na região Amazônica. Este ano, o Brasil registrou 7.286 casos em 21 estados, com quase 80% desses casos ocorrendo em áreas endêmicas. Em 2023, foram diagnosticados menos de 900 casos ao longo do ano.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico esta semana devido à expansão da doença para novas áreas e aos primeiros relatos de morte associados à febre oropouche, todos ocorridos no Brasil. Segundo a Opas, o Brasil é responsável por cerca de 90% dos 8.078 casos identificados nas Américas em 2024. Além do Brasil, foram registrados casos na Bolívia (356), Peru (290), Colômbia e Cuba.