Tatu, guaxinim, raposa: animais nativos da Caatinga são flagrados em trilha ecológica no Sertão de PE

Neste domingo (28) é comemorado o Dia Nacional da Caatinga, e animais nativos deste bioma encontraram na Trilha Ecológica Inclusiva, que fica no Campus Petrolina Zona Rural do IFSertãoPE, um espaço de proteção e com oferta de água e comida.

Após as instalações de bebedouros e comedores ao longo do percurso, de cerca de 800 metros, raposas, furões, gato-do-mato, tatu, lagarto e aves já foram flagrados no local.

Os animais vão em busca da água, das sementes e frutas da Caatinga que são ofertados nos reservatórios. As visitas foram registradas por câmeras instaladas pela equipe do projeto de extensão. Sem o uso da tecnologia, seria praticamente impossível ter imagem dos animais, já que eles não costumam se expor quando há presença de seres humanos.

As imagens divulgadas foram produzidas entre 2022 e 2023. Para este ano, o projeto pretende confeccionar mais bebedouros e comedouros com frutas e sementes. Além disso, há produção e plantio de mudas de frutíferas nativas. As filmagens serão realizadas durante todo projeto.

Os bebedouros espalhados pela trilha foram construídos com placas de concreto de 1,20 m de diâmetro e 20 cm de altura e os comedouros com pedaços de troncos de plantas mortas.

Os animais não são os únicos beneficiados com o projeto. A Trilha Ecológica Inclusiva reúne 33 plantas nativas da Caatinga identificadas, como a umburana de cambão, xique-xique, pereiro, mandacaru, angico, jurema preta, coroa-de-frade, e até espécies ameaçadas de extinção, como o umbuzeiro, a baraúna e a aroeira.

O projeto da trilha ecológica inclusiva existe há mais de dez anos. Grupos de até 20 pessoas podem visitar a local, mediante agendamento prévio. Ao longo do percurso, os integrantes do projeto explicam as propriedades e valores de cada uma das plantas identificadas, além de características de crescimento, de floração e usos populares.

Ao contrário do que se pensa, que a Caatinga é pobre, inóspita, ela é riquíssima. Ela tem uma variedade de plantas, inclusive endêmicas, que só ocorrem aqui na Caatinga, e que são ricas de propriedades. O sertanejo já conhece essas propriedades e a ciência tenta validar”, diz a professora Elizângela Souza, responsável pela trilha.

A Trilha oferece estrutura para receber pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes, através de um triciclo motorizado desenvolvido a partir de um projeto de inovação tecnológica. Ainda em relação à acessibilidade, todo o percurso é sinalizado com sinais de Libras e Braille.

Fonte G1 Petrolina

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