Estiagem: Salgueiro, Orocó e Afrânio estão na lista dos municípios em situação de emergência

Os dados foram elaborados em parecer técnico feito no dia 26 de setembro. (Foto: Ilustração)

Nesta sexta-feira (29) o Governo do Estado divulgou a lista das cidades em situação de emergência no Sertão de Pernambuco e que foram afetadas pela estiagem. A lista foi publicada no Diário Oficial de Pernambuco.

Sem chuvas há 180 dias, aparecem na lista os seguintes municípios: Afogados da Ingazeira, Manari, Afrânio, Mirandiba, Araripina, Moreilândia, Arcoverde, Orocó, Belém do São Francisco, Ouricuri, Betânia, Parnamirim, Bodocó, Petrolândia, Brejinho, Petrolina, Cabrobó, Quixaba, Calumbi, Salgueiro, Carnaíba, Santa Cruz, Carnaubeira da Penha, Santa Cruz da Baixa Verde, Cedro, Santa Filomena, Custódia, Santa Maria da Boa Vista, Dormentes, Santa Terezinha, Exu, São José do Belmonte, Flores, Serra Talhada, Floresta, Serrita, Granito, Sertânia, Ibimirim, Solidão, Iguaracy, Tabira, Inajá, Tacaratu, Ingazeira, Terra Nova, Ipubi, Trindade, Itacuruba, Triunfo, Itapetim, Tuparetama, Jatobá, Verdejante e Lagoa Grande.

Com informações do G1

Segundo APAC as chuvas em Pernambuco seguirão abaixo da média

Sertanejos viverão mais um período de chuvas abaixo da média histórica. É o que prevê a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), que aponta o ano de 2017 como menos severo que seu antecessor, mas, ainda assim, capaz de trazer profundos transtornos.

Floresta é apenas um dos 126 municípios em estado de emergência por conta da seca, segundo a Casa Militar de Pernambuco. E nem chega a ser o pior dos cenários: 31 cidades já entraram em colapso de abastecimento, enquanto 37 estão em pré-colapso, de acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

Nas cidades afetadas, a rotina de lamentações acaba naturalizada e se somará, mais uma vez, à angústia pela falta de chuva. O acumulado médio para o primeiro trimestre do ano no Sertão é pouco superior a 302 milímetros de chuva.

Mas, segundo a Apac, ainda que não se possa afirmar ao certo quanto choverá, é certo que a região terá consideráveis milímetros a menos. “Quando afirmamos que as chuvas serão abaixo da média histórica, significa que choverá, no máximo, 20% menos que o habitual. Nesse caso, uma quantidade igual ou menor a 240mm”, explica o meteorologista Roberto Pereira.

Isso significa que, entre janeiro e março, a altura da água da chuva acumulada em cada metro quadrado seria de 24 centímetros.

Para 2017, o cenário pessimista dá continuidade a um 2016 que deixou marcas. Apenas em 2016, 22 municípios entraram em colapso de abastecimento, o que afeta diretamente a vida de 323 mil pessoas em um total de 31 municípios.

Em pré-colapso, quando ainda há abastecimento, mas com debilidades ou restrições por conta da pouca quantidade de água nos reservatórios, são outras 37 cidades e mais 1,1 milhão de pernambucanos.

Motobombas podem antecipar a chegada da água do São Francisco a regiões, que amargam o quinto ano seguido de seca

(Foto: Lucas Passos/blog Waldiney Passos)

Nesta segunda-feira (26), o Ministério da Integração Nacional e o governo paulista fecharam um acordo para o empréstimo de quatro conjuntos de motobombas e outros equipamentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para o Projeto de Integração do Rio São Francisco. O objetivo é antecipar a chegada da água do São Francisco aos estados da Paraíba e de Pernambuco.

Mesmo que o projeto esteja próximo de ser concluído, o governo federal quer agilizar a chegada da água à população a ser beneficiada, no começo de 2017. Os equipamentos vão acelerar a passagem da água pelas estruturas do eixo Leste do projeto e permitir que a região de Campina Grande, na Paraíba – um dos estados mais atingidos pela seca – seja beneficiada no começo de 2017.

“O objetivo é garantir a chegada da água ao destino final do eixo leste com 30 dias de antecipação e assim atender o quanto antes a população que hoje sofre com a estiagem em Pernambuco e na Paraíba”, disse o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, na solenidade de assinatura do Termo de Cessão de Uso Não Oneroso dos equipamentos da Sabesp, ocorrido no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.  O governo federal fica responsável pelas despesas de transporte e seguro dos equipamentos durante o período de uso, previsto para 120 dias.

Os conjuntos de motobombas serão levados até o canteiro de obras do projeto em Floresta (PE), onde vão elevar as águas do São Francisco para abastecer o reservatório de Mandantes, no mesmo município. Esse procedimento deve encurtar em até 25 dias a chegada das águas ao município de Monteiro, primeira cidade paraibana a ser beneficiada. De Monteiro, as águas seguirão pelo lieto do rio Paraíba até Campina Grande (PB).

O Projeto de Integração do Rio São Francisco, que ora apresenta 90% de conclusão, beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 localidades nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, e ainda as 294 comunidades rurais às margens dos canais. Quando concluídos, os Eixos Norte e Leste captarão a água do Rio São Francisco, que percorrerá 477 quilômetros de canais, abastecendo adutoras e ramais que irão perenizar rios e açudes e beneficiar vários municípios.

Com informações da IstoÉ

União reconhece estado de emergência em 8 municípios baianos

Seca no sertão 2

Municípios da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Sergipe e Piauí tiveram o reconhecimento federal publicado ontem (19), no Diário Oficial da União (DOU), por situação de emergência decorrente do prolongado período seca e estiagem. A iniciativa do Ministério da Integração Nacional garante o apoio do Governo Federal nas ações de enfrentamento à seca.

Ao todo, 19 cidades foram reconhecidas: oito na Bahia (Baianópolis, Barro Alto, Caém, Itatim, Tanhaçu, Bom Jesus da Lapa, Luis Eduardo Magalhães, Muquém de São Francisco); uma no Ceará (Jaguaruana); sete em Minas Gerais (Jequitinhonha, Umburatiba, Bocaiúva, Claro dos Porções, Lassance, Medeiros e Presidente Olegário); duas em Sergipe (Carira e Gracho Cardoso) e uma no Piauí (Oeiras) vão poder receber apoio nas ações de enfrentamento à seca.

Com o reconhecimento do Ministério da Integração Nacional, os municípios podem solicitar recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de áreas danificadas.

Além disso, o decreto viabiliza o acesso a outros benefícios, como a renegociação de dívidas no setor de agricultura com o Banco do Brasil; a aquisição de cestas básicas do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; a retomada da atividade econômica dos municípios afetados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outros.

Mais de 60% das barragens de Pernambuco estão em colapso

CARRO PIPA - SECA

Sessenta e seis por cento dos reservatórios de Pernambuco estão em situação de colapso. Já são 14 cidades em situação de emergência, tendo o caminhão-pipa como a única fonte de abastecimento. De acordo com a Compesa, a atual frota de veículos para esta finalidade deve saltar, até dezembro deste ano, de 250 para 400. A ampliação também se refletirá nos gastos com o serviço, passando de R$ 1,7 milhão para cerca de R$ 3 milhões. A companhia alega dificuldades com verbas estaduais e federais para dar andamentos a obras de grande complexidade, a exemplo das adutoras do Moxotó e Pirangi, dentro do pacote da Adutora do Agreste. Apenas no primeiro semestre deste ano, as chuvas previstas para o Agreste ficaram cerca de 40% abaixo da média.

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CARRO PIPA - SECA

A seca que vem castigando impiedosamente o sertanejo atingiu em cheio a economia de Petrolina, a falta de água causou inúmeros prejuízos a fruticultura irrigada e principalmente os pequenos produtores que sobrevivem da agricultura.

A crise hídrica e a falta de incentivos para agricultura têm sido as maiores preocupações do aglomerado do semiárido, vez que compromete a produção e consequentemente a economia local.

Outro agravante foi o corte no número de carros-pipa que abastece a Zona Rural atingindo a população e os agricultores familiares. Em Petrolina, por exemplo, o número de carros-pipa foi reduzido a menos de um quarto, passando de 73 para 17. Em Dormentes e Lagoa Grande, caiu de 20 para sete carros-pipa.

 

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