Adrilles Jorge é demitido após fazer gesto associado a saudação nazista no ar em debate sobre declarações antissemitas de Monark

O comentarista Adrilles Jorge, da Jovem Pan, chamou atenção nesta terça-feira (8), após ter reproduzido um gesto com a mão direita imediatamente associado por espectadores à saudação nazista “Sieg Heil”, ao fim de um debate sobre as declarações dadas pelo ex-apresentador do Flow Podcast, Bruno Aiub, conhecido como Monark,  que defendeu, na segunda-feira (7), a liberação para a criação de um partido nazista no Brasil. Ele foi demitido pela emissora e negou que tenha tido a intenção de reproduzir o aceno.

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“Fui demitido da Jovem Pan . Por dar um tchau deturpado por canceladores. Infelizmente a pressão de uma turba canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito . Agradeço à Jovem Pan pela oportunidade e a todos os amigos que lá conquistei e que em mim confiam e apoiam”, defendeu-se o comentarista em sua rede social.

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LGBTfobia: Após ser contratado, homem trans é demitido de empresa em Petrolina: “Minha cota de pessoas diferentes já está atendida”

Eduardo Príncipe de Lira Rocha é um homem trans e foi contratado para trabalhar em uma empresa em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O que deveria ser um momento de satisfação profissional terminou em frustração. A alegria de conseguir uma colocação no mercado de trabalho, principalmente  em um momento de crise financeira trazida pela Covid-19, se transformou em um pesadelo. Infelizmente o sofrimento que Eduardo passou chegou bem antes da pandemia e não tem vacina.

Após passar por uma seleção de emprego e ser aprovado por preencher todos os requisitos da vaga ofertada, Eduardo foi demitido um dia antes de começar a trabalhar. Ele iniciaria as atividades na empresa hoje (12).  Ontem (11) o proprietário mandou uma mensagem o dispensando.

Segundo trecho da conversar publicada por Eduardo em seus redes sociais, o dono da empresa disse que: “De minha parte, não segui o roteiro correto das entrevistas e não o identifiquei na primeira hora.[..] Meu objetivo é contratar um monitor, consequentemente do sexo masculino. Minha cota de pessoas diferentes já está atendida e completa com o que demonstro não ter preconceito”, escreveu o proprietário.

Ainda de acordo com as mensagem publicadas por Eduardo no Instagram, o proprietário disse que só percebeu que ele era um homem trans bem depois. “Somem vim saber de sua condição muito depois. Nada contra. Mas a vaga é para o sexo masculino”, pontuou.

Racismo

O criminalista Gilmar Júnior,  advogado de Eduardo Rocha,  destacou que o proprietário será processado nas esferas cível e criminal. “Nós vamos adentrar na seara cível para pedir uma indenização pelo dano moral que ele sofreu e na seara criminal também, porque em 2019 o STF decidiu que a transfobia e a homofobia podem ser inseridas na lei 7.716 de 1989 que constitui o crime de racismo”, afirmou o criminalista.

A pena para o crime de racismo é de dois a cinco anos de detenção.