A mestranda em Biodiversidade e Conservação da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Flávia Ribeiro, destacou que as restingas são áreas de preservação permanente e questionou a liberação de licenças pelo poder público para construções nas praias de Ipojuca.
Ela alertou para os prejuízos às comunidades locais e os impactos ambientais, especialmente no processo de desova de tartarugas marinhas.
Representantes do Ibama e da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) confirmaram irregularidades na construção de um muro na área. A autorização previa a construção de 250 metros, mas foram erguidos 576 metros.
Além disso, houve invasão de área de praia além do lote regular da propriedade, supressão da vegetação de restinga e poluição devido à degradação dos sacos de ráfia usados como contenção.
O diretor-presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), José Anchieta dos Santos, anunciou o cancelamento da autorização ambiental para a construção do muro de contenção emitida em 2022.
Os proprietários serão notificados nesta sexta (24) e terão dez dias corridos para retirar as barreiras. “Identificamos uma série de ilícitos e na próxima semana a equipe da CPRH vai verificar todos”, garantiu. Anchieta afirmou que a remoção será feita com apoio das polícias civil, militar e federal e que todas as câmeras serão confiscadas. A medida conta com o apoio da governadora Raquel Lyra e da vice-governadora Priscila Krause.