Presos por ataque ao ônibus do Fortaleza pertencem a “bondes” de organizada do Sport, diz Polícia

A Polícia Civil de Pernambuco(PCPE)  revelou, por meio de coletiva de imprensa, que os três suspeitos presos nesta sexta-feira (15) pelo atentado ao ônibus do Fortaleza no último dia 22 de fevereiro, na BR-232, no bairro do Curado, no Reicfe, eram membros de “bondes” de uma torcida organizada do Sport.

Segundo a corporação, os três, além dos demais suspeitos identificados, são membros da torcida Jovem do Leão, de divisões dos bairros de Casa Amarela e Torrões, na Zona Norte do Recife, e de Camaragibe, na Região Metropolitana.

“Essas uniformizadas se organizam por bairros e setores. Tem na Zona Sul, Norte e daí por diante. Existem presidentes, diretores e monitores. Cada bonde envolvido no atentado possui cerca de 20 integrantes, com cargos bem definidos. Isso dificulta a operação, porque eles estão espalhados pela cidade e prontos para agir.””, explica o delegado titular da Delegacia de Policia de Repressão à Intolerância Esportiva (Deprim), Raul Carvalho.

“Nessa dinâmica do atentado, eles também são coordenados, se misturam e camuflam para evitar a identificação”, afirmou o delegado. Ainda segundo a corporação, toda a ação foi coordenada pelas divisões, que agem como organizações criminosas.

O atentado teria sido premeditado para acontecer no Atacado dos Presentes, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, a cerca de sete quilômetros do estádio da partida. No local, não havia câmeras de segurança, e a via também era mal iluminada, com um grande número de pessoas e veículos. Segundo o delegado, a organização também usou capacetes e camisas para esconder os rostos, justamente para dificultar o reconhecimento.

“Essas organizações já se preparam para coisas do tipo e escolheram o ponto para a emboscada para fazer o ataque. No Atacado, havia muito entulho, por conta de uma obra que ocorre no local. Foi com essas pedras que eles fizeram a emboscada. O ataque não é mais desorganizado, porque esses grupos se planejam como facções criminosas. Tudo é preparado”, explicou o delegado.

O ataque deixou seis jogadores do time cearense feridos. Os criminosos atiraram pedras e bombas contra o veículo. A Polícia tenta agora esclarecer se a intenção dos criminosos era atacar a delegação do Fortaleza ou um ônibus com uma torcida organizada do clube alencarino.

Ao todo, foram expedidos sete mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão domiciliar. Os presos e os materiais apreendidos foram encaminhados à sede do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR). As ordens judiciais são cumpridas no Recife e também na RMR, nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe. Os quatro outros identificados estão foragidos.

A corporação revelou que a organização criminosa alvo da operação é investigada pelos crimes de tentativa de homicídio, provocação de tumulto e dano. A apuração começou logo após o atentado ao veículo do Fortaleza.

Ainda segundo a polícia, o caráter da operação também é preventivo, com o objetivo de coibir que acontecimentos do tipo voltem a acontecer. “A gente entende que essa operação não é só de caráter corretivo, mas também educativo. A gente quer mostrar para essas pessoas travestidas de torcedores que a polícia está atenta para identificar autores de casos do tipo”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Renato Rocha.

Relembre o caso
Os atletas feridos mais gravemente no ataque foram o goleiro João Ricardo, com um corte no supercílio, e o lateral-esquerdo Gonzalo Escobar, que sofreu uma pancada na cabeça, um corte na boca e outro corte no supercílio. O lateral-direito Dudu, o volante Lucas Sasha e os zagueiros Titi e Brítez também foram atingidos com estilhaços de vidro e tiverem que conter sangramentos.

O caso ganhou repercussão no Brasil inteiro e diversos times se solidarizaram com o Fortaleza por conta do ocorrido.

Por causa do atentado, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Sport com oito jogos de portões fechados em competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A determinação engloba a Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro Série B. O clube estima um prejuízo de R$ 6 milhões com a punição.

Fonte Folha PE

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