A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu por 90 dias o registro profissional do advogado criminalista João Neto, de 47 anos, preso em flagrante no mês de abril por agredir a namorada em Maceió (AL).
A medida disciplinar foi motivada por um processo ético instaurado em razão da conduta do advogado nas redes sociais, embora ele esteja detido por violência doméstica.
Segundo a OAB, João Neto utilizava suas plataformas digitais, onde acumula milhares de seguidores, para divulgar conteúdos em que ensinava formas de escapar de acusações criminais. A decisão de suspensão, segundo a entidade, não cabe recurso.
Natural da Bahia, João Neto chegou a ingressar no curso de formação de soldados da Polícia Militar da Bahia, mas foi desligado há cerca de 15 anos após uma denúncia de agressão e a identificação de práticas irregulares durante uma avaliação. Apesar de se apresentar como ex-policial nas redes sociais, ele nunca concluiu a formação nem atuou como agente de segurança pública.
O caso de agressão que levou à prisão do advogado foi registrado por câmeras de segurança do prédio onde ele morava com a namorada, uma jovem de 25 anos. As imagens mostram o momento em que a vítima tenta evitar ser retirada do apartamento, agarrando-se às paredes enquanto é empurrada e jogada ao chão. Em outro vídeo, é possível ver sangue espalhado no corredor do prédio.
A jovem foi socorrida em um hospital particular de Maceió, onde levou três pontos no queixo. Em depoimento à polícia, ela relatou que havia se mudado de Arapiraca para viver com o influenciador digital na capital alagoana. Ainda segundo seu relato, o relacionamento durava cerca de dois anos e episódios de agressão já haviam ocorrido, incluindo um caso em outubro do ano passado, quando sofreu ferimentos na cabeça.
A delegada Ana Luiza Nogueira, responsável pela investigação, afirmou que as gravações analisadas pela polícia confirmam a versão apresentada pela vítima. “Já tivemos acesso a todos os vídeos e eles só corroboram o que foi dito pela vítima. Na verdade, são vários vídeos e juntando todos mostra que realmente houve violência doméstica”, declarou.
João Neto permanece preso enquanto as investigações seguem em andamento.
Fonte G1 Bahia