O PSB adotou como tática não valorizar a saída do advogado Antônio Campos dos quadros do partido e a filiação dele a uma das legendas que fazem oposição ao governo de Paulo Câmara. Pode ser uma estratégia equivocada, pois não está em jogo nessa travessia a quantidade de votos que Antônio Campos eventualmente possa ter como candidato a deputado federal. E sim a carga simbólica que ele representa como neto de Miguel Arraes e irmão de Eduardo Campos, ambos ex-governadores. Ao deixar o governo, portanto, para engrossar as fileiras da oposição, o advogado contribui para o fortalecimento da candidatura do senador Armando Monteiro ao governo estadual, o que não é pouca coisa. Será um “Campos” no palanque de Paulo Câmara (João, chefe de gabinete do governador) e outro (Antônio) no palanque do senador, que poderá ter ainda um parente de Miguel Arraes (Marília, vereadora recifense) pedindo votos para ele.
Operação Fair Play
Se, por um lado, a filiação de Antônio Campos ao “Podemos” fortalecerá a candidatura de Armando Monteiro (PTB) a governador, por outro neutralizará a exploração que aliados do senador vinham fazendo da “Operação Fair Play”, que investigou a compra do avião que se acidentou com Eduardo Campos em agosto de 2014.
Contaminação : O ministro Bruno Araújo (Cidades) encarou com tranquilidade o resultado da pesquisa do Datafolha que atribui ao governo Temer apenas 7% de aprovação. Lembra que aqui mesmo em Pernambuco há ex-ministros dos governos Lula/Dilma (Humberto Costa e Fernando Bezerra Coelho) que não se contaminaram com o desgaste de ambos.
Batalhão : O ministro Raul Jungmann (Defesa) marcou um tento considerável ao deslocar militares de um Batalhão de Engenharia do Exército para fazerem a limpeza e o alargamento do canal do Fragoso (Olinda). Isso, aliás, deveria ser rotina do Exército: tirar seus homens dos quarteis para atuarem nesse tipo de obra. É melhor do que deixá-los lá sem atribuição alguma.
Coro : Ricardo Ferraço (ES) tornou-se o 1º senador do PSDB a defender o rompimento do partido com o governo Temer, como já fazem na Câmara os pernambucanos Betinho Gomes e Daniel Coelho.
Contradição : Lula, para alegria dos petistas, é o candidato mais forte, hoje, à sucessão de Temer (30% das intenções de voto, segundo o Datafolha), e ao mesmo tempo o mais vulnerável, pois 46% dos eleitores dizem que não votariam nele de jeito nenhum.
Tropas : O TRE vai indeferir o pedido feito pela coligação “Unidos por Belo Jardim” para que sejam requisitadas tropas federais para o município, onde haverá eleição para prefeito no próximo domingo. É tradição na Justiça Eleitoral só requisitar reforço policial se a PM não tiver condições de oferecer segurança à população, o que não é o caso.
Com informações da Folha de Pernambuco.