A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) está conduzindo uma investigação rigorosa sobre um óbito fetal confirmado para a Febre do Oropouche, uma doença viral transmitida por mosquitos.

O caso foi identificado pela Diretoria Geral de Vigilância Ambiental da SES-PE em colaboração com a Vigilância em Saúde do município de Rio Formoso. A mãe do feto apresentava sintomas de arbovirose e teve contato com casos positivos para a doença na região.

Após a notificação inicial, a Vigilância Ambiental coletou amostras biológicas da mãe e do feto para análise. As amostras da mãe testaram positivo para dengue e chikungunya no Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen/PE), mas não houve coleta oportuna para detectar o vírus do Oropouche. Já as amostras do feto foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas (IEC) em Belém, Pará, e resultaram positivas para o Oropouche.

Este é o primeiro caso de perda gestacional relacionado ao Oropouche que pode ser descrito na literatura científica, o que torna a investigação especialmente significativa. A SES-PE está conduzindo uma investigação aprofundada, com a participação de especialistas do Ministério da Saúde, Fiocruz, IEC e autoridades municipais.

Situação da Febre do Oropouche em Pernambuco
Até o momento, Pernambuco registrou 13 casos confirmados de Febre do Oropouche em três regiões de saúde. A III Geres, na Mata Sul, registrou casos em Rio Formoso, Maraial, Jaqueira e Catende. Na I Regional, na Região Metropolitana do Recife, houve casos em Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Camaragibe e Ilha de Itamaracá. A XII Geres, na Mata Norte, registrou um caso em Timbaúba.

Embora o Oropouche tenha sido identificado pela primeira vez na região norte do Brasil em 1960, até hoje não há registros de óbitos ou perdas gestacionais causadas pela doença na literatura científica. A transmissão do vírus ocorre por meio de mosquitos do tipo maruim e muriçoca, que se proliferam em ambientes com água e material orgânico em decomposição.

Medidas de Prevenção e Controle
A SES-PE recomenda precauções para evitar picadas de mosquito, como o uso de roupas protetoras e repelentes, especialmente ao amanhecer e ao anoitecer, quando os mosquitos estão mais ativos. É fundamental também evitar o acúmulo de lixo e a manutenção de áreas limpas para reduzir a proliferação dos vetores. A aplicação de medidas químicas como fumacê e larvicidas não é eficaz contra esses mosquitos.

A SES-PE continua monitorando a situação e orientando os municípios para proteger a população contra a Febre do Oropouche.