Padres condenados por abusar de crianças criaram ‘manuais’ de pedofilia

Alfiere Eduardo Bompani e Tarcisio Tadeu Spricigo estavam no auge da vida eclesiástica no início dos anos 2000. Atuavam em cidades de São Paulo na mesma época, mas não se conheciam. Eles escreveram livros sobre a doutrina católica e eram populares com suas missas. Mas o que tinham em comum era algo além da religião. Os dois foram investigados e presos acusados de abuso sexual de crianças e adolescentes.

A polícia encontrou com eles manuscritos que descreviam os abusos sexuais em forma de diários e de manuais de pedofilia. O conteúdo estarreceu os investigadores pela riqueza de detalhes, onde haviam várias lições de como cometer os crimes sem serem pegos.

Os cadernos apreendidos na casa paroquial onde morava Alfieri serviram como prova dos crimes. Nos relatos, em escrita direta e obscena, o padre descreve situações em que se masturbou na presença dos jovens abusados, tocou neles ou exigiu sua ajuda.

Entre os manuscritos tinha um livro de autoria do sacerdote com o título “Contos homossexuais”, no qual narra o abuso de menores, incluindo situações em que houve penetração.

Depois de 13 anos de prisão, Alfieri Bompani falou sobre as acusações. “Gosto de escrever e pegaram esses escritos, eu escrevia sobre homossexualismo, e colocaram como se fossem práticas minhas. Nunca pratiquei nada daquilo”, defendeu-se.

Tarcísio Tadeu Spricigo fez vítimas em três estados durante quase 15 anos, entre 2000 e 2014. Ele escreveu num trecho dos diários: “Sei que chovem garotos, seguros, confiáveis e que são sensuais e que guardam total segredo, e que são carentes de pai e só com a mãe. Eles estão em todos os lugares, basta só ter um olho clínico e agir com leis seguras no campo social”.

Ele foi condenado em 2003 a uma pena de 15 anos de prisão por atentado violento ao pudor contra um garoto de 8 anos em Agudos, no interior de São Paulo.

Com informações O Globo

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