Na manhã desta quinta-feira (16), pelo menos cinco pessoas foram presas sob suspeita de integrar uma organização criminosa especializada em fraudar licitações e contratos públicos, praticar lavagem de dinheiro e outros crimes.

A operação, denominada Maligno, foi conduzida pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) e resultou na prisão dos suspeitos em Maceió, Petrolina (PE) e Japaratinga (AL).

Os criminosos firmaram contratos milionários com 20 municípios de Alagoas, movimentando um total de R$ 243 milhões entre outubro de 2020 e março de 2023. Em resposta, a 17ª Vara Criminal da Capital determinou o bloqueio e sequestro de bens dos envolvidos no valor de R$ 46 milhões.

Durante a operação, foram apreendidos bens de luxo, incluindo um carro Porsche, anteriormente de propriedade do jogador Daniel Alves, e um hotel fazenda na cidade de Sento Sé, na Bahia, pertencente a um dos membros do grupo criminoso. Além disso, um dos alvos teve a quantia de R$ 649 mil apreendida.

A investigação revelou que a organização criminosa, além de atuar em municípios alagoanos, também celebrou contratos com cidades da região do Sudoeste baiano. Os principais crimes atribuídos aos presos incluem peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público.

O esquema envolvia a manutenção de uma cooperativa de fachada, localizada no bairro da Jatiúca, em Maceió, que oferecia serviços típicos da administração pública, como coleta de resíduos sólidos e limpeza de ruas, praças e avenidas. O objetivo principal era desviar dinheiro público e promover o enriquecimento ilícito do grupo criminoso.

Ao todo, foram identificados R$ 46 milhões em movimentações atípicas entre as contas pessoais dos criminosos e empresas usadas para a lavagem de dinheiro público. O processo investigativo continua para apurar outros crimes, como funcionários fantasmas, lotação por indicações políticas e desvio de função.