Em uma área historicamente dominada por homens, Helena Caúla Reis foi símbolo do avanço ao tornar-se “a primeira mulher” em muitos cargos do Judiciário pernambucano. A cearense e cidadã do Recife e de Pernambuco morreu em casa aos 81 anos na manhã deste domingo (23) em decorrência de complicações causadas por um câncer no pulmão, doença com a qual lidava há seis anos.

O velório e a cremação serão realizados no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife, ainda na tarde deste domingo. Helena deixa dois filhos e seis netos, além do marido, o desembargador aposentado Aquino de Farias Reis.

Helena coleciona títulos, tendo sido a primeira Perita Criminal do Estado de Pernambuco, a primeira Diretora do Instituto de Criminalística, a primeira Procuradora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, a primeira Diretora Pro Tempore da Faculdade de Direito de Recife e a primeira Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco.

Para a família, “era um exemplo de seriedade, de amor ao próximo, de compromisso com o que fazia, com o que era justo”, segundo o filho, o procurador do Estado César Caúla. “Ela foi primeira em várias coisas com muito esforço em uma época menos favorável a isso”, afirmou.

Por nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) diz ter recebido a notícia “com profundo pesar”, e decretou luto oficial de três dias, com hasteamento das bandeiras a meio mastro em todas as unidades judiciárias do Estado.

“Mais do que uma desembargadora brilhante, Helena Caúla era uma profissional excepcional, séria e de extrema retidão. Construiu uma jornada de sucesso e pioneirismo, ocupando funções exercidas predominantemente por homens, se consolidando pela competência. Não por acaso foi a primeira mulher a se tornar desembargadora em Pernambuco, um marco histórico”, declarou o presidente do TJPE, desembargador Fernando Cerqueira.

Fonte: JC Online