Mais de 90% dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas na Bahia são negros

A Defensoria Pública da Bahia divulgou, nesta quinta-feira (25), que 90,4% dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativa no estado são negros. O dado faz parte de um relatório sobre o perfil dos jovens que estão nas Comunidades de Atendimento Socioeducativo (CASEs).

Ao todo, a Bahia tem quatro CASEs. Um deles fica em Salvador, na Estrada CIA Aeroporto, e o outro em Camaçari, região metropolitana. Além disso, duas unidades ficam em Feira de Santana, a 100 km de Salvador. Nesses dois pontos, 100% dos adolescentes se autodeclaram negros.

Os brancos representam um percentual de 8,9% do total e apenas um adolescente apreendido se identifica como indígena.

Segundo o G1 Bahia, em privação de liberdade, 172 jovens cumprem medidas educativas nas CASEs – todos os eles do gênero masculino. Com relação às idades, mais da metade têm entre 18 e 20 anos.

Família, moradia, escolaridade e trabalho

 

O relatório da Defensoria aponta que o núcleo familiar da maioria dos jovens que cumprem medidas é composto apenas por mãe e irmãos, sem a presença dos pais: 31,4%. A figura paterna faz parte da vida de cerca de 21% dos adolescentes que estão nos CASEs. Além disso, 12,2% desses jovens têm filhos, um total de 21 deles.

Dos 172 jovens que estão nas unidades, 12 já estiveram em situação de rua em algum momento de suas vidas, ou estavam quando foram apreendidos – metade deles na capital baiana.

Um dado alarmante coletado pela Defensoria Pública é que 94% dos jovens que estão nos CASEs sequer completou o ensino fundamental. Apenas dois dos adolescentes têm o ensino médio completo.

O levantamento também aponta que menos da metade dos adolescentes estavam matriculados em uma escola quando foram apreendidos: 48,26% deles. Apenas 30 jovens relataram terem estudado e trabalhado ao mesmo tempo, antes da internação.

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