Lula não vai à posse de Maduro, mas também não foi convidado para a cerimônia até o momento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe de política externa encerraram 2024 avaliando os desafios que se desenham para 2025, especialmente em relação à Venezuela.

Nicolás Maduro será empossado no próximo dia 10 após uma eleição marcada por controvérsias e suspeitas de fraude, mas o Brasil ainda não recebeu convite formal para a cerimônia.

Caso haja participação, a embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, deverá representar o país. Contudo, diplomatas brasileiros avaliam que a ausência de um convite reflete um reposicionamento estratégico da Venezuela, que tem demonstrado um distanciamento do Brasil.

A eleição venezuelana gerou tensões, com a oposição alegando fraude e a prisão do opositor Edmundo González. O governo brasileiro atuou como observador internacional e aguarda a divulgação oficial das atas eleitorais para validar o resultado que declarou Maduro como reeleito.

Nos últimos meses, o governo Maduro endureceu sua retórica contra o Brasil, classificando a postura do país como intervencionista. A situação se agravou em outubro, após a Venezuela não ser incluída na lista de países convidados a integrar o BRICS como parceiros, decisão que Caracas atribuiu a um veto brasileiro.

Embora o Brasil tenha tentado normalizar relações com a Venezuela, diplomatas destacam que há um custo político elevado para Maduro ao ignorar observadores internacionais e restringir o diálogo diplomático. Apesar das tensões, o governo brasileiro busca manter canais abertos para futuras negociações, mesmo que em um contexto de relações frias e pragmáticas.

A posse de Maduro e os desdobramentos internacionais de sua reeleição serão um teste para a política externa do Brasil, que procura equilibrar princípios democráticos e interesses diplomáticos regionais.

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