O governo federal anunciou, nesta segunda-feira (27), a exclusão de representantes de entidades do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), cujos acordos de cooperação técnica foram suspensos em decorrência da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em abril deste ano.
A ação teve como objetivo combater a prática de descontos indevidos aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A operação foi motivada por uma série de reportagens publicadas pelo portal Metrópoles, a partir de dezembro de 2023, que revelaram o aumento expressivo na arrecadação de entidades associativas por meio da cobrança de mensalidades de segurados, muitas vezes sem autorização. De acordo com as investigações, esse montante chegou a R$ 2 bilhões em um ano, mesmo com as instituições respondendo a milhares de processos por supostas fraudes nas filiações.
O conteúdo jornalístico serviu de base para a abertura de inquérito pela Polícia Federal e subsidiou também apurações conduzidas pela Controladoria-Geral da União (CGU). No total, 38 reportagens do Metrópoles foram citadas na representação que originou a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril.
A repercussão do caso resultou em mudanças significativas no alto escalão: tanto o então presidente do INSS quanto o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foram afastados dos cargos.