Hospital Dom Malan alerta sobre perigos da gravidez na adolescência para a mãe e o bebê 

Quando se fala em gravidez na adolescência é comum associar os riscos aos impactos psicológicos e sociais que a chegada de um bebê provoca na vida dos jovens. O que muita gente esquece de falar é sobre os perigos de uma gestação precoce para a mulher e o bebê.

É sobre isso que o Hospital Dom Malan chama a atenção nesta Semana de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que vai até sexta-feira (04), e tem como objetivo divulgar informações que contribuam para a redução da incidência da gravidez nessa fase da vida.

No Dom Malan, por exemplo, em um ano, a taxa de entrada de gestantes entre 9 e 18 anos aumentou em 37,90%. Em 2020 foram admitidas 559 adolescentes e em 2021 esse número subiu para 771. Os dados de 2021 ainda apontam que 45,92% foram partos de alto risco.

A gestação na adolescência é um problema mundial de saúde pública, pois atinge principalmente a classe social mais carente e de menor escolaridade, sendo na maioria das vezes não planejada. Outro fator que merece atenção é o pré-natal tardio.

“Em geral, as adolescentes demoram a descobrir e aceitar a gravidez. Isso pode trazer complicações, como o baixo peso, anemia, infecções urinárias ou vaginais, pré-eclâmpsia, além da falta de um acompanhamento psicossocial”, esclarece o especialista em medicina fetal, Marcelo Marques.

Na outra ponta estão os recém-nascidos (RN) que comprovadamente sofrem mais riscos em uma gestação precoce. A prematuridade e o baixo peso, por exemplo, ocorrem mais em filhos de adolescentes do que de mulheres adultas, sendo estas as principais causas de morbimortalidade no grupo.

Entre os perigos para o binômio mãe/bebê também estão: Risco maior de aborto espontâneo; Parto prematuro; Hipertensão arterial; Subnutrição; Maior taxa de cesárea; Malformação Fetal; Depressão pós-parto.

“Os números são realmente alarmantes e os perigos comprovados cientificamente. Então, a aposta tem que ser na prevenção, que deve ser feita através de uma educação sexual mais efetiva, acompanhamento familiar e apoio da rede de saúde”, defende o médico.

Uma gravidez na adolescência pode trazer consequências para toda a vida. Adolescência primeiro. Gravidez depois. Tudo tem seu tempo. Meninas e meninos, entre 9 e 18 anos, devem procurar informação sobre a prevenção da gravidez não intencional na rede de atenção primária à saúde (postos de saúde).

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