Nessa quarta-feira (6), um homem foi vítima de uma mordida de uma serpente surucucu, no bairro de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. A identidade da vítima não foi divulgada, mas sabe-se que ele foi submetido a um tratamento de emergência, recebendo 20 ampolas de soro antiofídico. Atualmente, ele está em observação no Hospital da Restauração, localizado na área central da capital pernambucana.
A surucucu é considerada a maior cobra peçonhenta das Américas, podendo atingir até 3 metros de comprimento, e é classificada como uma espécie ameaçada de extinção. Em geral, serpentes peçonhentas têm dimensões menores, variando de 1,5 a 2 metros.
O incidente ocorreu enquanto o homem estava em uma granja próxima ao quilômetro 5 da Estrada de Aldeia, por volta do meio-dia, quando foi mordido no membro inferior esquerdo pela serpente. Após o ataque, a serpente foi morta por um caseiro.
O paciente permanece internado no HR, conforme confirmado pelo hospital nesta quinta-feira (7). Porém, a unidade de saúde respeitará o pedido do paciente e não divulgará seu estado de saúde.
Iran Vasconcelos, gerente da Unidade de Gestão de Fauna Terrestre da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), ressaltou que o veneno da surucucu pode causar necrose no tecido atingido pela mordida, podendo levar à amputação do membro afetado.
Vasconcelos também apontou que a especulação imobiliária na região de Aldeia tem contribuído para o aumento da presença de animais silvestres em áreas urbanas, destacando outro incidente envolvendo uma surucucu durante a pandemia, quando um morador de Camaragibe foi mordido ao tentar manusear o animal.
Além disso, Iran ressaltou que Pernambuco desempenha um papel fundamental na conservação da surucucu, com um programa de reprodução e estudo da espécie em um zoológico em Alagoas, envolvendo a UFRPE e a CPRH.
Em caso de avistamento da espécie, é recomendado não interferir e deixar o animal seguir seu curso natural. Se a surucucu for avistada em áreas urbanas, a orientação é acionar as autoridades competentes, como a prefeitura do município ou a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma). Em Camaragibe, a Brigada Ambiental Municipal, treinada pela CPRH, está apta a realizar o manejo do animal e pode ser acionada pelo número 153.
As informações são da Folha PE
