O impasse entre o Executivo e o Congresso Nacional em torno da reoneração do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ganhou novos desdobramentos e pode comprometer a meta fiscal do governo para 2025.
Após derrotas tanto na Câmara quanto no Senado, o Palácio do Planalto busca reverter os efeitos das decisões no Supremo Tribunal Federal (STF).
A reoneração do imposto garantiria uma arrecadação de aproximadamente R$ 20,5 bilhões, considerada essencial para o cumprimento do arcabouço fiscal e da meta de déficit zero.
Com a derrubada dos decretos que ampliavam a cobrança, o governo recorreu ao STF, onde o ministro Alexandre de Moraes suspendeu os efeitos da medida e convocou uma audiência de conciliação entre as partes para o dia 15 de julho.
Nos bastidores, há movimentações para recompor a base de apoio do Executivo. O Planalto tem buscado aproximar-se do Senado Federal, especialmente do presidente Rodrigo Pacheco e do senador Davi Alcolumbre (União-AP), em contraposição à Câmara dos Deputados, onde o governo enfrenta maior resistência.
Entre as articulações em curso, está a possível nomeação de Alcolumbre à presidência dos Correios, estatal que passa por dificuldades financeiras, mas que recentemente obteve um empréstimo de R$ 3,8 bilhões do Banco dos Brics. O gesto é visto como tentativa de atrair o apoio do Senado em votações estratégicas.
A tensão institucional em torno do IOF evidencia a dificuldade do governo em manter coesão na base aliada e revela a fragilidade da articulação política em um ano fiscalmente desafiador.
A manutenção da meta de resultado primário, estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), depende da reversão da decisão no STF ou da adoção de medidas alternativas para compensar a perda de arrecadação.