Férias do meio do ano elevam em até 30% o lucro de pequenos negócios

As férias escolares no meio do ano, entre junho e julho no Brasil, são uma oportunidade de aumentar as vendas dos pequenos e médios negócios. Se bem planejado, esse período, apesar de curto, pode gerar lucros e atrair novos clientes para conhecer os produtos ou serviços oferecidos pela empresa, garantem empreendedores e especialistas.

A empresária Geise Wannya abriu, há três anos, o espaço Mater Elo, em Salvador, que oferece serviços para voltados para famílias, vê as vendas aumentarem muito nas férias, quando as crianças estão sem atividades, mas os pais continuam trabalhando. “Temos escola de teatro e de robótica, jardinagem e oficina de artes, como colagem e pintura”, conta ela, cujo espaço também dispõe de estúdio de pilates e consultório médico. Seu lucro chega a crescer 30% no período.

Depois de observar o crescimento da procura por esses serviços nos meses do final e meio do ano, Geise passou a realizar colônias de férias para crianças de 7 a 10 anos. As atividades acontecem em dezembro e janeiro (os meses inteiros) e durante duas semanas no meio do ano. Somente em junho, o acampamento educativo Mundo da Lua, em Barra do Pojuca, recebeu 100 crianças em sua colônia de férias. Daniel Viana, dono do empreendimento, conta que recebe crianças e adolescentes, principalmente em grupos escolares, durante todo o ano, mas o movimento aumenta nos períodos de férias. “Além do parque aquático, temos o lago, onde fazemos tirolesa e passeios de caiaque, bicicletas, um parque inflável de parkour, atividades de arvorismo, muitos jogos e gincanas”, diz o empresário, que recebe grupos até de Recife (PE) e Fortaleza (CE).

O sucesso é tamanho que, para as férias do fim do ano, com datas de outubro a dezembro, já não há reservas disponíveis no Mundo da Lua. E esse êxito deu a Daniel a ideia para outro serviço: dinâmicas de integração antes da volta às aulas, para que os alunos que mudam de escola não se sintam deslocados na sala de aula. “As crianças se conhecem brincando”, explica.

Essa atenção às necessidades do cliente e a criatividade para agregar novas soluções é um dos caminhos para destacar o negócio, de acordo com Enio Pinto, gerente de relacionamento com o cliente do Sebrae. “Ainda sentimos os efeitos pós-pandemia [de Covid-19], e as pessoas têm buscado se presentear com entretenimento e satisfação pessoal. Isso traz uma perspectiva positiva para os pequenos negócios”, diz.

Haroldo Matsumoto, especialista em marketing e gestão e sócio da Prosphera Educação Corporativa, destaca que as férias do meio do ano são justamente uma oportunidade de movimentar toda a economia local. “Isso porque boa parte das famílias opta por permanecer em suas cidades ou por viagens contemplando destinos nacionais e isso abre um leque interessante para o comércio regional”.

Para além de negócios relacionados ao lazer, Matsumoto ressalta as possibilidades de maior lucro em lojas, no setor gastronômico e de serviços. Ele orienta que as lojas de moda, por exemplo, façam um levantamento de estoque e aproveitem o momento para fazer boas liquidações.

Já para os restaurantes, a dica do especialista é criar combos com pratos para compartilhar ou criar menus temporários focados nas férias e no inverno, destacando caldos, sopas e sobremesas especiais. No setor de serviços, Matsumoto destaca o potencial de oficinas e reparadoras de veículos. “Afinal, é nessa época que o pessoal que se dedica a transporte escolar, por exemplo, pode fazer as manutenções e preventivos nos carros. Trata-se de uma excelente oportunidade para investir em um atendimento diferenciado e, quem sabe, até em ações promocionais, que atraiam e fidelizem novos clientes”, avalia.

A Tarde

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