EUA impõem tarifa de 10% sobre produtos brasileiros; governo brasileiro lamenta decisão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a aplicação de uma tarifa de 10% sobre todos os produtos brasileiros importados pelo país.

A medida faz parte de um pacote de sobretaxas imposto a diversas nações, com o objetivo de garantir reciprocidade tarifária e fortalecer a economia norte-americana.

Além do Brasil, a nova política tarifária inclui taxas de 34% sobre produtos chineses, 20% para itens da União Europeia e 46% contra o Vietnã. Outros 185 países também serão impactados, com alíquotas variando entre 10% e 50%. De acordo com o governo dos EUA, os percentuais foram definidos com base nas tarifas médias que cada nação aplica a produtos norte-americanos.

As novas tarifas entram em vigor em 5 de abril, e o governo norte-americano defende que a medida visa proteger a economia do país. Trump afirmou que a imposição de barreiras comerciais é uma resposta a políticas consideradas prejudiciais aos EUA e incentivou empresas estrangeiras a investirem diretamente no território norte-americano para evitar a taxação. Além disso, também foi confirmada uma tarifa de 25% sobre carros fabricados fora dos Estados Unidos.

O governo brasileiro reagiu com uma nota oficial lamentando a decisão e classificando a medida como uma violação dos compromissos norte-americanos junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). O Palácio do Planalto destacou que os EUA mantêm um superavit comercial expressivo com o Brasil, de US$ 7 bilhões no comércio de bens e de US$ 28,6 bilhões considerando bens e serviços.

Apesar da crítica, o Brasil não anunciou medidas de retaliação imediata. Segundo analistas financeiros, a tarifa de 10% foi um impacto menor do que o esperado pelo mercado, que previa uma alíquota de 15%. Especialistas também avaliam que o Brasil pode se beneficiar comercialmente ao se aproximar de economias asiáticas afetadas pelas novas tarifas norte-americanas.

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