O ex-secretário de Habitação de Petrolina, no sertão, vereador Ednaldo Lima (PMB) que era estava licenciado da Câmara Municipal, estreou como líder do governo Julio Lóssio (PMDB) na primeira sessão do ano realizada nesta terça-feira, 2. A estreia veio com derrota e troca de farpas com a oposição, especialmente com o colega, vereador Pérsio Antunes, do mesmo partido do prefeito e do líder, mas que deixou a situação desde o ano passado.
A derrota teve como pano de fundo o projeto de regularização fundiária de bairros da periferia do município. Pérsio apresentou um requerimento para que fosse realizada uma audiência pública para reforçar esclarecimentos sobre a proposta. Ednaldo discordou, mas na votação deu Dr. Pérsio por 8 x 7, aprovando seu requerimento. O resultado provocou bate-boca no plenário, sendo obrigado o presidente da Casa, vereador Osório Siqueira (PSB), ser duro para conter os pares, dizendo que quem mandava no poder legislativo petrolinense era ele.
Em sua fala justificando a derrota, Ednaldo Lima argumentou que vai insistir em colocar o texto da regularização fundiária na sessão da quinta, 4, e lamentou a postura dos colegas Cristina Costa e Geraldo da Acerola, ambos do PT. Na derrota, a postura dos petistas ajudou a oposição a aprovar o requerimento de Pérsio para a realização da audiência pública.
“Essa é uma postura que me deixa muito triste. Tenho a missão de defender os projetos que a população aprovou quando reelegeu o prefeito Julio. Como uma Câmara não consegue votar um projeto que já tramita na Casa há mais de 90 dias”, questionou. Lima frisa que esse é um projeto que beneficiará cerca de 1500 famílias e que não entende como um vereador apresenta requerimento para a realização de uma audiência provavelmente para acontecer dia 16 somente agora e tendo reforço do apoio dos colegas do PT.
“Fico realmente triste também com a postura dos colegas Cristina Costa e Geraldo da Acerola, do PT, que ajudaram o vereador Pérsio Antunes, sendo à favor da barrigada proposta por ele ao projeto. Mas nossa postura será defender o que é urgente e importante para a população e a regularização importante é uma motivação importante para colocarmos nossa postura em prática”, disse Edinaldo.
Pérsio Antunes que preside a comissão de Constituição, Justiça e Redação na Casa, colocou que o novo líder do governo demonstra desconhecimento do regimento e pede tranquilidade para a população de bairros como São Jorge, Mandacaru e São Joaquim que serão beneficiados diretamente com a regularização fundiária. Frisa que não é contra à regularização, mas precisa de maiores esclarecimentos para definir a votação.
“Estamos respeitando a Casa, a Comissão, os prazos, os requerimentos, indicações. Lamentavelmente o novo líder tem que estudar mais. Vamos discutir porque existe prazo para discutir. Eu vou autorizar no meu parecer, mas para dá e não para enganar as pessoas como já fizeram no caso do Terras do Sul, nos terrenos dos cabos e soldados e do bairro José e Maria”, alfinetou Dr. Pérsio.
A vereadora Cristina Costa discordou dos argumentos de Ednaldo sobre a postura da bancada do PT por ter acompanhado a oposição na votação da audiência pública sobre o projeto da regularização fundiária. Ela contradiz o líder governista quanto ao tempo de tramitação da matéria que ela frisa que não tem 90 dias que chegou à Câmara de Vereadores.
“Só recebi o texto dia 9 de dezembro. Então um projeto de mais de 800 páginas, polêmico e que autoriza outras áreas a regulamentar, precisamos de segurança e tranquilidade para votar. O meu papel é buscar todos os esclarecimento nessa questão para a defesa do povo, com transparência. Não existe contradição de nossa bancada. A contradição é ele (Ednaldo) achar que é líder e que temos obrigação de votar com governo A, B ou C. Nossa obrigação é com a população. Aconselho que como líder, ele mobilize todos os secretários para tirar nossas dúvidas”, respondeu Cristina Costa.