Defesa diz que Padre afastado da Diocese de Petrolina é a verdadeira vítima

Na noite da quinta-feira (16), a Diocese de Petrolina publicou uma nota em suas redes sociais informando o afastamento do Padre Carlos Júnior, administrador da catedral da cidade. No comunicado, a Diocese diz que o Padre será afastado para a investigação de supostos delitos.

No entanto, a defesa do sacerdote afirmou, através de nota publicada nesta sexta-feira (17), que o Padre é a vítima do caso, afirmando que imagens utilizando Inteligência Artificial foram usadas para como forma de difamar o religioso.

Além disso, ainda de acordo com a defesa, o Padre foi alvo de um ataque patrimonial cometido por um ex-funcionário contra a sua empresa. Na ocasião, segundo a defesa, o Padre tentou resolver o imbróglio de forma amigável para retomar a saúde financeira da empresa, porém, sem sucesso.

Proibição

Segundo a nota da Diocese de Petrolina, o Sacerdote está proibido de praticar o exercício público do ministério presbiteral e quaisquer cargos eclesiásticos, enquanto durar o referido afastamento, “a não ser o que lhe faculta o Direito, ou seja, atendimento de fiéis que se encontram em perigo de morte”.

Denúncia

O Padre, através da sua assessoria jurídica, afirmou que já foram providenciados quatro procedimentos criminais que visam punir, exemplarmente, eventuais crimes comprovados que o vitimaram.

Confira a íntegra da nota da Diocese
“Vimos, através desta, comunicar ao Povo de Deus desta Diocese de Petrolina, que o Exmo. Revmo. Dom Francisco Canindé Palhano, Bispo Diocesano de Petrolina, no exercício do seu ministério, como Pastor Próprio desta Igreja Particular, que lhe foi confiada pelo Romano Pontífice, considerando a disposição do cânon 1395, §2°, do Código de Direito Canônico, conforme pedido do próprio Sacerdote, DECRETOU, no dia 16 de novembro de 2023, o AFASTAMENTO DO EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO SAGRADO “AD CAUTELAM” do REVMO. PADRE CARLOS ANTONIO BARBOSA DE ARAÚJO JÚNIOR, E INSTALAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO PRÉVIA PARA APURAR AS CIRCUNSTÂNCIAS, INDÍCIOS, DE EVENTUAIS DELITOS DO REFERIDO SACERDOTE.
Em consequência, o referido sacerdote fica privado do “Uso de Ordem” e não tem jurisdição para presidir ou administrar qualquer Sacramento ou Sacramental, a não ser o que lhe faculta o Direito, ou seja, atendimento de fiéis que se encontram em perigo de morte (cf. cânon 976). Ser-lhe-á vedado, portanto, o exercício público do ministério presbiteral e quaisquer cargos eclesiásticos, enquanto durar o referido afastamento.”

Confira a nota da defesa

“Por requerimento do Reverendo Padre Carlos, incardinado no Clero Diocesano desta Comarca de Petrolina (PE), direcionado a esta banca jurídica composta pelos Advogados do Escritório Araújo, Lima e Ávila, ora representado pelos Dr. Arthur Faustino e Dr. Sátiro Ferraz, com fulcro em decisão administrativa da Diocese supramencionada, colhe do presente instrumento para informar, conforme segue.

O Rev. Pe. Carlos, sacerdote bastante conhecido e estimado em toda região, se viu alvo de um ataque patrimonial a sua empresa de nome BENEDICTUS ARTE SACRA por parte de um ex-funcionário desta. Dada a expressividade de tal ilícito, buscou chegar a um acordo amigável para retomar a saúde financeira da empresa, porém, sem sucesso.

Tal situação se agravou nos últimos dias, em que o estimado Padre passou a receber ameaças de perfis e contatos telefónicos fakes, por meio de sua rede social e WhatsApp sendo tal situação asseverada nesta última quarta-feira (15.11.23), em que foram remetidos para companheiros de Clero, amigos e de forma difusa, criminosas e horrendas mensagens atentatórias e difamatórias, incluindo, fotografias montadas através de Inteligência Artificial.

O Sacerdote buscou esta assessoria jurídica especializada, já estando em andamento as medidas legais cabíveis na esfera cível, bem como foram providenciados 4 (quatro) procedimentos criminais que visam punir, exemplarmente, eventuais crimes comprovados que o vitimaram. Outrossim, requereu junto a Diocese uma licença temporária de suas funções de Padre para se dedicar a estes assuntos.

Por fim, este Escritório de Advocacia resta comprometido e munido de toda sua destreza técnica e espírito de coragem e servidão, para que o Pe. Carlos seja reparado de forma proporcional além da responsabilização criminal do dito criminoso.

Que Deus ilumine nossa busca por Justiça.”

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