Desinteresse dos alunos é o maior desafio da educação em Pernambuco, dizem professores da rede pública

(Foto: Sandy James/Esp. DP)

“O professor não é um herói e não pode estar sozinho no processo de melhoria da educação”, diz a especialista em Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, Esmeralda Macana, refletindo sobre o resultado de uma pesquisa de opinião com professoras e professores de todo o País. Neste 28 de abril, em que se comemora o Dia da Educação, escutar a voz dos professores é aprender com quem está na linha de frente para contribuir com o projeto de um mundo melhor.

Realizada em parceria pelo Itaú Social, Todos Pela Educação, Instituto Península e Profissão Docente, a pesquisa ouviu 6.775 professores de escolas públicas do ensino fundamental e médio (municipal e estadual) de todo o Brasil.

A ideia foi entender a percepção dos docentes sobre a educação no País. O resultado trouxe recortes nacional e regional, com detalhamento da escuta por Estados. O estudo foi encomendado pelas instituições realizadoras ao Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).

Em Pernambuco, a pesquisa revela que 28% dos docentes têm como principal desafio na sua rotina escolar, o desinteresse do estudante pelas aulas. Esmeralda explica que esse comportamento ainda reflete a paralisia provocada pela pandemia da covid-19. “Milhares de crianças e adolescentes passaram muito tempo sem ir à escola  e essa retomada não está sendo fácil”, observa.

O segundo maior desafio em sala de aula, apontado pelos professores, é a defasagem na aprendizagem dos estudantes (24%), o que também pode ter sido agravada pela pandemia. A indisciplina dos alunos é o terceiro elemento mais mencionado por professores pernambucanos, com 22% dos apontamentos.

“Todo esse cenário, de ter que engajar os alunos, correr para recuperar o tempo com a pandemia e avançar na aprendizagem, além da violência nas escolas e as ameaças de ataque, têm sobrecarregado os professores, que dizem estar enfrentando uma carga excessiva de trabalho e se sentem estressados”, destaca Esmeralda.

Como resposta a essas questões, os docentes apontaram quais seriam as prioridades que as secretarias de Educação devem adotar nos próximos anos. As cinco primeiras seriam a oferta de apoio psicológico a professores e estudantes (20%); a promoção do envolvimento das famílias na vida escolar dos filhos (16%); a promoção de programas de reforço e recuperação (15%); o aumento do salário dos professores (13%); e a melhoria na infraestrutura escolar (10%).

Fonte JC Online

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