A forma como foram realizadas as eleições das comissões de Justiça, Finanças e Administração Pública no último sábado (15) gerou intensos debates durante a reunião plenária desta segunda-feira (17) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) .
A convocação para a escolha dos novos presidentes foi feita pelo presidente em exercício da Casa, Rodrigo Farias (PSB), na última quinta-feira (13). No entanto, os deputados que lideraram essas comissões no biênio 2023-2024 alegam que caberia a eles convocar a instalação e a eleição dos novos integrantes para o mandato 2025-2026 .
A líder do Governo na Alepe, Socorro Pimentel (União), afirmou que o processo se tornou um palanque eleitoral antecipado para as eleições ao Governo do Estado em 2026. Ela também denunciou que foi vítima de machismo estrutural e declarou indignação com a postura de alguns colegas.
“Gestos pequenos foram a regra. Minha trajetória pública e o meu compromisso com esta Casa e com o povo pernambucano foram desconsiderados de maneira descabida. É preciso reconhecer que, infelizmente, o que vivemos hoje não é um caso isolado, mas sim uma realidade enfrentada por muitas mulheres na política”, declarou Socorro. Ela também cobrou mais respeito e participação igualitária para todos os parlamentares.
O deputado João Paulo (PT) lamentou o impacto político do episódio, afirmando que a maior perda foi a da força política da Alepe. Ele pediu mais equilíbrio e diálogo na condução dos trabalhos legislativos.
Já o deputado Doriel Barros (PT) criticou a forma como o processo foi suspenso, ressaltando que há maneiras mais adequadas de debater politicamente sem deficiências o parlamento pernambucano.