Os episódios de violência registrados em Pernambuco no último fim de semana repercutiram na reunião plenária desta segunda-feira (14) na Assembleia Legislativa.
Parlamentares usaram a tribuna para cobrar providências do Governo do Estado frente à crescente insegurança, especialmente após o assassinato de cinco mulheres e uma criança em um curto período de tempo.
A deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) destacou que, na maioria dos casos, há indícios de feminicídio, com os crimes sendo cometidos por companheiros, ex-companheiros ou familiares das vítimas. “A gente vê mulheres morrendo nas mãos de companheiros, ex-companheiros, filhos, sobrinhos. Porque para essas pessoas, para esses criminosos, a vida da mulher não tem valor. E de quem é a obrigação de obedecer essas mulheres? É do Estado. O que o Estado está fazendo? Nada”, afirmou, em tom de indignação.
Ela também criticou a estrutura atual da rede de proteção às mulheres no estado, ressaltando que apenas sete Delegacias da Mulher funcionam no período noturno, o que limita o acesso das vítimas aos serviços essenciais em momentos de urgência. Gleide cobrou da governadora Raquel Lyra a apresentação de um plano efetivo de proteção às mulheres.
Também preocupada com a escalada da violência, a deputada Dani Portela (PSOL) denunciou o aumento de cerca de 200% no número de pessoas feridas por arma de fogo no mês de março de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ela lamentou ainda a morte da menina Helen Santos Sousa, vítima de bala perdida no bairro de Água Fria, no Recife, no último domingo (13).
Por sua vez, o deputado Sileno Guedes (PSB) manifestou preocupação com a possível transferência do 20º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, atualmente instalado em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, para o município vizinho de Camaragibe. Ele alertou que a retirada da unidade, que funciona há mais de 20 anos na cidade, pode agravar ainda mais a já crítica situação da segurança pública local.
Segundo Guedes, a medida evidencia a falta de diálogo do governo estadual com os municípios. “Essa medida, se confirmada, agravará ainda mais a crítica situação da segurança pública naquela cidade. Infelizmente, o que se tem visto é o imenso preconceito do Governo do Estado, separando prefeitos entre adversários e aliados.”, declarou.