Com a chegada de 2016, na lista das promessas para o novo ano, a de deixar de fumar é um clássico. Boas razões não faltam, como esta: “Os indivíduos que cessam os hábitos tabágicos antes dos 50 anos têm metade do risco de morrer nos 15 anos seguintes”, diz a Direcção-Geral de Saúde (DGS). Mas entre anos de vida ganhos e doenças várias que se podem prevenir há uma pequena contrariedade: deixar de fumar engorda. Cerca de 84% dos fumadores em cessação ganham peso.
A média de ganho de peso é de quatro a cinco quilos após um ano. Uma pequena minoria (13 a 14% dos indivíduos) ganha mais de 10kg. “Esta taxa não é sempre igual: é mais acentuada durante os primeiros três meses de cessação tabágica, com um aumento médio de 1kg por mês, e decresce após este período”, segundo a DGS.
Engordar é mesmo considerado “o principal motivo para a relutância em parar de fumar e recaída depois da cessação, especialmente nos fumadores que apresentam preocupações com o seu peso”, lê-se numa publicação que acaba de ser publicada no site da DGS: o manual Cessação Tabágica e Ganho Ponderal — Linhas de Orientação. Objectivo: promover um consumo alimentar adequado durante a cessação tabágica. Porque “os benefícios para a saúde decorrentes” da mesma “excedem quaisquer outros riscos associados ao aumento médio de quatro a cinco kg”.
A primeira das recomendações deste manual pode resumir-se assim: faça uma coisa de cada vez. “O controlo de peso através de uma restrição energética não é aconselhado durante a cessação tabágica, uma vez que as exigências mentais e emocionais desta restrição podem comprometer o sucesso da abstinência.” Assim, é aconselhado que durante os primeiros três meses sem cigarros, o fumador se concentre na cessação tabágica e não no controlo do peso. Preocupe-se com os quilos a mais “quando se encontrar totalmente confiante na cessação tabágica.”
Outra recomendação: “Anote as horas de maior compulsão para fumar e tenha sempre disponíveis pastilhas elásticas sem açúcar ou frutos gordos em quantidades moderadas (nozes, amêndoas, avelãs, amendoins, …). Estes ajudam a ter as mãos ocupadas” sendo que a mastigação diminui a vontade de comer demasiado. “Para além das pastilhas podem ser usados palitos ou palhinhas de plástico que ajudam a aliviar a tensão dos músculos do maxilar usado na inalação do fumo do cigarro.” (Fonte: UOL)