Crise na UPE de Petrolina expõe negligência do Governo do Estado e amplia críticas à gestão Raquel Lyra

A Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina, enfrenta uma crise estrutural grave que escancara o abandono do Governo do Estado com a educação superior no Sertão.

Com mais de 3,5 mil estudantes e servidores diretamente impactados, a instituição precisa com urgência de aproximadamente R$ 4 milhões para reformas básicas e emergenciais.

A precariedade é tamanha que corredores estão vazios, laboratórios interditados e salas de aula silenciosas devido ao risco real de desabamento em algumas áreas.

A situação foi constatada de perto durante uma visita recente do deputado estadual Antonio Coelho e do prefeito Simão Durando. O cenário encontrado é alarmante: infiltrações, instalações elétricas comprometidas e estrutura física degradada colocam em risco a segurança da comunidade acadêmica. O que antes era um polo de referência em ensino superior no Sertão virou um símbolo do abandono por parte do poder público.

Essa realidade na UPE de Petrolina é reflexo de uma gestão estadual marcada por falhas de articulação, falta de investimentos e descompromisso com políticas públicas essenciais. A governadora Raquel Lyra tem acumulado críticas severas, inclusive dentro da própria Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde o presidente Álvaro Porto denunciou o travamento de votações importantes pela ausência de diálogo e coordenação por parte do Executivo. Um exemplo recente é o impasse em torno da nomeação do novo presidente da Adagro, em plena crise sanitária nacional provocada pela gripe aviária.

Outros parlamentares, como o deputado Abimael Santos, também vêm denunciando o sucateamento de serviços públicos sob responsabilidade do Estado. Entre as queixas estão o fechamento da UPAE de Goiana, hoje repleta de entulhos, a precariedade de equipamentos em Fernando de Noronha — incluindo estruturas da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e o próprio porto — e a negligência no abastecimento de água em Águas Belas.

Na área da educação, a governadora também enfrenta resistência. Em 2023, enviou à Alepe um projeto de reajuste de 14,95% para o piso salarial de professores, contemplando seis mil efetivos e 19 mil contratados. O projeto foi rejeitado pelas comissões de Finanças e Educação, por não atender a totalidade da categoria, mas acabou sendo aprovado em plenário com 30 votos a favor e 15 contrários, sem conquistar o apoio dos docentes.

A gestão de Raquel Lyra tem sido marcada por decisões que ignoram as demandas da população e a realidade enfrentada por instituições como a UPE, que deveria ser pilar no desenvolvimento educacional e social do interior do Estado. O descaso com o campus de Petrolina, um dos mais importantes do Sertão, é apenas um exemplo da falta de prioridade dada à educação pública.

É urgente que o Governo do Estado assuma sua responsabilidade com ações concretas. A crise na UPE de Petrolina não é um caso isolado, mas parte de um problema estrutural maior: a negligência com os serviços públicos essenciais.

A recuperação da universidade é um passo indispensável para garantir o futuro de milhares de jovens pernambucanos que sonham com uma educação de qualidade e um horizonte de oportunidades.

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