Contas públicas têm déficit de R$ 33,7 bilhões em maio

As contas do setor público consolidado — que reúne União, estados, municípios e estatais — fecharam o mês de maio com déficit primário de R$ 33,74 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central.

Apesar do resultado negativo, o número representa melhora frente ao mesmo mês de 2024, quando o déficit havia sido de R$ 63,89 bilhões.

O déficit primário representa o saldo negativo entre receitas e despesas, desconsiderando os gastos com juros da dívida pública. A melhora nas contas em relação ao ano anterior se deve, principalmente, ao desempenho do Governo Central, que registrou aumento de 4,7% nas receitas líquidas e redução de 7,6% nas despesas totais.

Mesmo com o déficit de maio, o acumulado do ano segue positivo. De janeiro a maio, o setor público consolidado apresenta superávit primário de R$ 69,12 bilhões. Já no acumulado de 12 meses, encerrados em maio, o superávit chega a R$ 24,14 bilhões, o equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em todo o ano de 2024, o país fechou com déficit primário de R$ 47,55 bilhões, o equivalente a 0,4% do PIB.

Governo Central: déficit de R$ 37,35 bilhões em maio, inferior ao registrado no mesmo mês de 2024 (R$ 60,77 bilhões).
Governos estaduais: superávit de R$ 5,35 bilhões, uma melhora significativa em relação ao ano passado (R$ 559 milhões).
Governos municipais: déficit de R$ 808 milhões, também menor que o registrado em maio de 2024 (R$ 1,63 bilhão).
Empresas estatais (excluindo Petrobras e Eletrobras): déficit de R$ 926 milhões, também menor que o resultado negativo do mesmo período de 2024 (R$ 2,03 bilhões).

Com esses números, os governos regionais (estados e municípios) apresentaram superávit conjunto de R$ 4,54 bilhões, revertendo o déficit de R$ 1,07 bilhão registrado em maio do ano anterior.

As despesas com juros somaram R$ 92,15 bilhões em maio, alta de R$ 17,8 bilhões na comparação com o mesmo mês de 2024. Esse crescimento é influenciado, entre outros fatores, pela manutenção da taxa Selic em patamares elevados (atualmente em 15% ao ano).

As operações de swap cambial — instrumentos utilizados pelo Banco Central para atuar no mercado de câmbio — ajudaram a suavizar o impacto. Em maio deste ano, houve ganho de R$ 1,7 bilhão nessas operações, frente à perda de R$ 7,7 bilhões em maio de 2024.

Sem considerar os swaps, os gastos com juros teriam aumentado ainda mais, em cerca de R$ 27,2 bilhões no comparativo anual.

O resultado nominal — que inclui o déficit primário e os gastos com juros — foi de R$ 125,89 bilhões em maio, inferior ao registrado em maio de 2024 (R$ 138,26 bilhões). No acumulado de 12 meses, o déficit nominal soma R$ 922 bilhões, o equivalente a 7,58% do PIB. Esse indicador é um dos principais observados por agências de risco e investidores internacionais.

A dívida líquida do setor público chegou a R$ 7,55 trilhões em maio, o que representa 62% do PIB, o segundo maior percentual da série histórica. Já a dívida bruta do governo geral, usada para comparações internacionais, atingiu R$ 9,26 trilhões, ou 76,1% do PIB, um leve aumento em relação ao mês anterior (76%).

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