Com universidades em greve, Lula faz reunião com reitores no Palácio do Planalto e anuncia R$ 5,5 bi em investimentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (10) com reitores de universidades e institutos federais no Palácio do Planalto, onde foram anunciados novos investimentos significativos para essas instituições.

O ministro da Educação, Camilo Santana, revelou que o governo destinará R$ 5,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades e hospitais universitários.

A distribuição dos recursos será da seguinte forma: R$ 3,17 bilhões para consolidação de estruturas, incluindo salas de aula, laboratórios, auditórios, bibliotecas, refeitórios, moradias e centros de convivência; R$ 600 milhões para a expansão, com a criação de 10 novos campi universitários; R$ 1,75 bilhões para 37 obras em 31 hospitais universitários, além de recursos para a construção de oito novos hospitais.

Novos Campi Universitários

Os novos campi serão localizados nas seguintes cidades:

São Gabriel da Cachoeira (AM)
Cidade Ocidental (GO)
Rurópolis (PA)
Baturité (CE)
Sertânia (PE)
Estância (SE)
Jequié (BA)
Ipatinga (MG)
São José do Rio Preto (SP)
Caxias do Sul (RS)

Novos Hospitais Universitários

Os oito novos hospitais universitários serão nas seguintes instituições:

Universidade Federal de Pelotas (RS)
Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)
Universidade Federal do Acre (AC)
Universidade Federal de Roraima (RR)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
Universidade Federal de Lavras (MG)
Universidade Federal de São Paulo (SP)
Universidade Federal do Cariri (CE)

Além dos R$ 5,5 bilhões, Camilo Santana anunciou um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das universidades (R$ 279,2 milhões) e dos institutos federais (R$ 120,7 milhões). Em 2024, o orçamento das universidades será de R$ 6,38 bilhões e o dos institutos federais, de R$ 2,72 bilhões.

A reitora da Universidade de Brasília e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, destacou a defasagem salarial dos professores e servidores, manifestando esperança de um acordo entre o governo e os sindicatos. Elias Monteiro, presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), apelou por um acordo para encerrar a greve.

As greves começaram em abril, com diferentes categorias reivindicando reestruturação de carreira, recomposição salarial e orçamentária, e a revogação de normas dos governos anteriores. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) aponta uma defasagem de 22,71% no salário dos professores desde 2016.

As negociações para encerrar a greve revelaram divisões entre os sindicatos. O governo assinou um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), que não foi aceito pelo Andes e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). O acordo previa reestruturação da carreira docente e reajustes salariais em 2025 e 2026.

A expectativa do governo é que os novos investimentos nas universidades e institutos federais contribuam para acelerar o fim das paralisações e fortalecer a infraestrutura e a capacidade de ensino e pesquisa dessas instituições.

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