Corregedoria Geral do TJBA lança mais dois livros escritos por internos do conjunto penal; dessa vez em Feira de Santana e Juazeiro

Com o propósito de contribuir para a reconstrução de vidas através da ressocialização, a Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça da Bahia (CGJ/TJBA) realizou o lançamento de mais 3 livros escritos por internos do sistema carcerário. Agora, foi a vez do Conjunto Penal de Feira de Santana e de Juazeiro.

“Verdades cruas e duras – mulheres no cárcere” é o nome da obra lançada em Feira de Santana, no dia 22/01, e “Daquilo que sinto – líricas no cárcere” foi o de Juazeiro, em 23/01. Em ambos os eventos o Corregedor-Geral, Desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano, fez questão de prestigiar o momento, que contou também com o apoio do Presidente do TJBA, Desembargador Nilson Soares Castelo Branco.

Os lançamentos são frutos do projeto Virando a Página, iniciativa da CGJ e que durante o biênio 2022/2024 promoveu rodas de leitura nos complexos penitenciários, incentivando a ressocialização e a remissão da pena. “Educação é conhecimento, algo que nunca perdemos. E, faço questão de parabenizar vocês pela coragem que tiveram de passar o sentimento para o papel”, disse o Corregedor-Geral, Desembargador Rotondano, para as internas do conjunto penal de Feira de Santana.

“Não estamos esquecidas, existem pessoas lá fora que estão pensando em nós, aqui dentro”, afirmou Lâine Fingergut, uma das autoras do livro “Verdades cruas e duras”, sobre o impacto que a ação teve em sua vida. As obras foram escritas durante oficinas literárias coordenadas pelo Colaborador da CGJ Alex Giostri.

Cabe salientar, que neste mês de janeiro, a CGJ promoveu outros 3 lançamentos de livros escritor por reeducandos.

Roda de leitura – Na terça-feira (23), na parte da manhã, uma roda de leitura foi realizada no Conjunto Penal Feminino de Salvador. O debate girou em torno do livro “Capitães de Areia”, de Jorge Amado – obra que retrata a história de meninos em situação de rua, na cidade de Salvador.

“Podemos estabelecer relações entre o processo dos capitães de areia na sociedade excludente e a situação de encarceramento feminino, onde por serem mulheres, são abandonadas pelos seus pares. Essas similaridades nos dão um gancho para que elas entendam esse processo e busquem na educação uma ferramenta de retorno à sociedade”, explicou o Professor Everaldo Carvalho, mediador da roda de discussão.

Durante o debate, as internas abordaram temas sensíveis como desigualdade racial, preconceito, discriminação de gênero e o poder da educação. “A intenção é prepará-las para que sejam bem recebidas pela sociedade”, explicou o Desembargador Rotondano. “A educação tem uma preponderância sobre nós. Tem o poder de transformar o mundo, de tornar as pessoas melhores e mais compreensivas”, acrescentou.

“A transformação começa na mente, não depende de ninguém, a escolha está dentro de cada um de nós”, alertou a interna Rosana Pereira, ao relatar o que aprendeu com a história de Jorge Amado. “O título de ex-presidiária não vai determinar quem queremos ser lá fora”, finalizou.

Desenvolvido pela CGJ, em parceria com a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, o Virando a Página tem por objetivo o estímulo à leitura, à expressão oral, à elaboração de relatórios, para que, a partir de tal produção textual ou oral, o reeducando possa ter direito à redução de pena, conforme a Resolução CNJ 391/21 e o Provimento CGJ/CCI 12/22.

Além dos já citados, dentre as autoridades presentes nos eventos estavam a Juíza Auxiliar da CGJ Rosemunda Souza Barreto Valente; o Juiz da Vara de Execução Penal de Feira de Santana, Fábio Falcão; a Juíza da 2ª Vara de Execução Penal de Salvador, Angélica Carneiro; e o Superintendente de Ressocialização, Bacildes Azevedo Moraes Terceiro, representando o Secretário de Administração Penitenciária, José Antônio Maia.

Ascom