A sessão plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), realizada nesta terça-feira (13), foi marcada por fortes críticas à política de segurança pública adotada pelo governo estadual.
O presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), utilizou a tribuna para denunciar o aumento da violência no estado e cobrar providências da governadora Raquel Lyra (PSDB).
Durante seu discurso, Porto destacou que apenas no último final de semana foram registrados 26 homicídios em Pernambuco.
Ele também alertou para o crescimento dos casos de feminicídio, citando dados apresentados em uma audiência pública na própria Alepe, que apontam 35 assassinatos de mulheres por motivação de gênero entre janeiro e abril de 2025 — o dobro em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo o parlamentar, informações do Instituto Fogo Cruzado revelam que 52 crianças e adolescentes, com idades entre 4 e 17 anos, foram mortos por armas de fogo no estado. “Os pernambucanos assistem uma realidade fictícia na propaganda estadual, construída pela gestão, mas a realidade é diferente. As famílias vivem com medo, aumentaram os números de assassinatos, de assaltos e de feminicídio. Os policiais trabalham em condições precárias e não há delegacias da mulher suficientes no Estado. A única coisa concreta nesta área é que temos um governo que segue sem cumprir o que prometeu, desvalorizando o luto e a dor dos familiares das vítimas da violência”, criticou.
O pronunciamento recebeu apoio de diversos deputados, que fizeram apartes reforçando a necessidade de respostas urgentes do Executivo. Dani Portela (PSOL) lembrou que o plano de segurança foi apresentado com seis meses de atraso e que, até agora, pouco foi executado. Também manifestaram preocupação os deputados Antonio Coelho (União), Cayo Albino (PSB), Junior Matuto (PSB) e Edson Vieira (União).
Outro tema discutido foi a transferência do 20º Batalhão da Polícia Militar de São Lourenço da Mata para Camaragibe, ambas na Região Metropolitana do Recife.
Deputados como Rodrigo Farias (PSB) e Mário Ricardo (Republicanos) criticaram a mudança, alegando que São Lourenço enfrenta altos índices de criminalidade. O Hospital da Polícia Militar também foi mencionado, com o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) pedindo mais atenção da governadora para a unidade de saúde.
Sileno Guedes (PSB) e Waldemar Borges (PSB) também se posicionaram, lembrando que Raquel Lyra foi eleita com o discurso de mudança, mas, segundo eles, desmontou políticas públicas que estavam funcionando.
A líder do governo na Alepe, deputada Socorro Pimentel (União), defendeu a atual gestão, afirmando que Raquel Lyra herdou uma segurança pública sucateada. De acordo com ela, já houve avanços concretos, como a redução de 5,4% nos índices de violência em 2024 e uma queda de 22,5% nos crimes violentos intencionais em abril de 2025. Ela ainda destacou a entrega de mais de 9 mil coletes balísticos e a renovação total da frota de viaturas, além do reforço no armamento das forças policiais.
Ao final do debate, Álvaro Porto reiterou que também foi crítico ao governo anterior, mas que se decepcionou com a atual gestão.