A recente dispensa de licitação para a contratação da Associação do Nordeste de Distribuidores e Editoras de Livros (Andelivros) com o objetivo de organizar a edição 2025 do Circuito Literário de Pernambuco (Clipe) foi novamente alvo de críticas na Assembleia Legislativa do Estado. O assunto foi levado à tribuna, nesta segunda-feira (5), pelo deputado Waldemar Borges (PSB).
A contratação, publicada na última quinta-feira (1º), prevê um investimento total de R$ 4,7 milhões, sendo R$ 3,1 milhões repassados pelo Governo do Estado diretamente à entidade. Waldemar Borges, que já havia questionado o tema em 2024, voltou a criticar a forma como o processo está sendo conduzido.
O parlamentar destacou que, no ano passado, além da contratação da Andelivros sem licitação, a Secretaria de Educação publicou uma portaria determinando que professores e profissionais da rede estadual utilizassem o Bônus Livro – benefício destinado à compra de livros – exclusivamente nas feiras promovidas pelo evento. Segundo ele, essa medida resultou em uma despesa de quase R$ 35 milhões pagos à associação.
“Isso já é um absurdo por si só, e significou uma fatura de quase R$ 35 milhões que o Governo pagou a essa entidade a título de livros comprados”, afirmou Borges. Ele questionou os números, alegando que, para atingir esse valor, praticamente todos os servidores com direito ao benefício teriam que ter comparecido ao evento.
O deputado informou ainda que encaminhou um pedido de informações ao Governo para apurar quantos profissionais da educação realmente participaram das feiras e utilizaram o bônus. Ele também solicitou celeridade ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público de Pernambuco nas investigações relacionadas ao caso.