Pernambucanos estão entre as vítimas de um esquema bilionário de fraudes no INSS, que entre 2019 e 2024 teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas em todo o país. Os descontos eram feitos diretamente nos benefícios, sem autorização dos segurados, e destinados a entidades como Sindnapi/FS, Ambec e Adpap Prev — todas investigadas pela Polícia Federal e CGU.
A agricultora Maria da Conceição, de Belo Jardim, percebeu descontos mensais de R$ 30 em sua pensão por morte e acionou a Justiça pedindo R$ 8 mil por danos morais. “Me senti enganada”, disse. Já o metalúrgico aposentado José Edson, de Jaqueira, identificou débitos da Ambec, ligou mais de 20 vezes para o INSS sem sucesso, e recebeu proposta de acordo de apenas R$ 90 — rejeitada. Sandro Vieira, de Tamandaré, também prejudicado, lamenta: “O INSS deveria nos proteger, não permitir isso”.
As vítimas relatam extrema dificuldade para suspender os descontos e cobrar ressarcimento, enfrentando burocracia, despreparo no atendimento e desrespeito. Enquanto isso, esperam que a Justiça puna os responsáveis e devolva o que foi tomado.