Em meio à escalada da guerra tarifária com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endurecer o tom nesta quarta-feira (9), ao anunciar um novo aumento nas tarifas aplicadas a produtos chineses, que agora passam a ser de 125%.

Apesar da medida, o republicano afirmou estar confiante em alcançar um acordo com Pequim e elogiou o presidente chinês, Xi Jinping.

“Ele é meu amigo, o presidente Xi. Eu gosto dele, o respeito. É um cara inteligente que ama seu país”, declarou Trump, durante uma entrevista no Salão Oval da Casa Branca. O presidente norte-americano acrescentou que acredita em uma resolução: “Acho que ele vai querer chegar a um acordo. Acho que isso acontecerá”.

Desde a semana passada, EUA e China vêm trocando retaliações econômicas. Após o chamado “tarifaço” de Trump, que elevou em 34% as taxas de importação sobre produtos chineses, o governo chinês respondeu na mesma moeda. Em seguida, os EUA aumentaram as tarifas para 84%, e a China replicou com a mesma porcentagem. O último passo na escalada foi o anúncio de Trump nesta quarta, subindo os encargos para 125%.

A Embaixada da China em Washington reagiu ao novo aumento dizendo que o país “não recuará”. Já o ministro das Relações Exteriores chinês classificou as ações de Trump como “atos hegemônicos e de bullying”.

“Se os EUA realmente desejam resolver as questões por meio do diálogo, devem demonstrar respeito e igualdade. Mas, se quiserem uma guerra tarifária, a China responderá até o fim”, declarou o ministro.

Apesar da retórica agressiva em dias anteriores — quando afirmou que os EUA “iriam passar a perna” na China — Trump adotou um discurso mais moderado na quarta-feira. Ele ressaltou sua boa relação pessoal com Xi Jinping e sinalizou disposição para o diálogo.