
O Copom decidiu, nesta quarta (19/3), aumentar em 1 ponto percentual a taxa Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (19/3), aumentar a taxa básica de juros do país (Selic) de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano. Este é o maior valor da taxa em quase 10 anos.
A votação foi unânime, tendo votado pela elevação todos os nove membros do comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
O ciclo de aperto monetário (isto é, o aumento dos juros) começou em setembro de 2024, quando o Copom decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar em 0,25 ponto percentual a taxa, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.
A política monetária do BC tem sido contracionista, com elevação dos juros, para baixar a inflação e trazê-la para dentro da meta (entre 1,5% e 4,5%). Nos últimos 12 meses, a inflação ficou em 5,06%.
A decisão do BC sobre a Selic
Os diretores do Copom são responsáveis por decidir se vão cortar, manter ou elevar a taxa Selic. Isso porque é missão do BC controlar o avanço dos preços de bens e serviços do país, que seguem subindo.
Em 2025, a meta da inflação é de 3% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, sendo 4,5% (teto) e 1,5% (piso), como determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para o BC conduzir a inflação à meta, o mercado acredita que será necessário continuar fazendo novos aumentos nos próximos meses. Com isso, a Selic pode ultrapassar os 15% ao ano ainda em junho deste ano — sendo o maior percentual desde meados de 2006, fim do primeiro mandato do presidente Lula. À época, os juros chegaram a 15,25% ao ano.
Estimativas do mercado para a Selic
Para analistas do mercado financeiro consultados no relatório Focus mais recente, divulgado na segunda-feira (17/3) pelo Banco Central, a expectativa era que o Copom aumentasse a taxa de juros para 14,25% ao ano em março — elevação de 1 ponto percentual.
Outro ponto presente no relatório Focus é a descrença do mercado financeiro quanto a um possível recuo da Selic. Os analistas apostam que os juros não ficarão abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Galípolo.
Confira as previsões da taxa:
- 2025: 15% ao ano.
- 2026: 12,50% ao ano (último ano da gestão Lula).
- 2027: 10,38% ao ano.
- 2028: 10% ao ano (fim do mandato de Galípolo no BC).