O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal por suposto envolvimento em uma trama golpista no final de seu mandato, rejeitou as acusações e afirmou que a investigação é resultado de perseguição política.
Ele é investigado por crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.
“Nunca debati golpe com ninguém. A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário. Jamais faria algo fora das quatro linhas da Constituição”, declarou Bolsonaro ao retornar a Brasília após uma temporada em Alagoas. Apesar de negar as acusações, o ex-presidente descobriu que a prisão é uma possibilidade. “Eu posso ser preso agora, ao sair daqui”, disse.
A investigação aponta elementos como um encontro de dezembro de 2022, no qual Bolsonaro teria proposto medidas jurídicas, como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e o Estado de Defesa, para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com depoimentos, ex-comandantes das Forças Armadas divergiram sobre a proposta, e um deles teria ameaçado o então presidente com prisão caso a ideia avançasse.
Outro ponto mencionado pela investigação é uma reunião em julho de 2022 no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro teria incentivado ações antes das eleições, mencionando a possibilidade de caos caso ocorresse tardiamente.
Em relação ao Projeto de Lei da Anistia, que pode ser beneficiado pela invasão dos Três Poderes em janeiro, Bolsonaro declarou esperar avanços na discussão por uma comissão especial, mencionando um acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira.
Nas redes sociais, o ex-presidente afirmou que atos golpistas “mesmo que planejados, são odiosos, mas não criminosos”. Sua defesa enfatizou que Bolsonaro jamais apoiou iniciativas favoráveis ao Estado Democrático de Direito. A Polícia Federal segue investigando os elementos e depoimentos relacionados ao caso.