Incêndios florestais afetam mais de 11 milhões e causam prejuízos de R$ 1,1 bilhão no Brasil, aponta CNM

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que 11,2 milhões de pessoas foram diretamente afetadas por incêndios florestais nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil desde o início deste ano.

O impacto econômico das queimadas já alcançou R$ 1,1 bilhão. Em meio à crescente crise, a CNM destaca a necessidade urgente de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2024, que propõe a criação do Conselho Nacional de Mudança Climática, da Autoridade Climática Nacional e do Fundo Nacional de Mudança Climática.

O estudo também revela que 538 municípios decretaram situação de emergência devido aos incêndios, um aumento expressivo em comparação ao ano anterior, quando 23 municípios emitiram decretos de emergência e 3,8 mil pessoas foram afetadas.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, fez um apelo ao Congresso Nacional para que as prefeituras recebam suporte adequado para auxiliar os cidadãos impactados por desastres climáticos.

É muito importante aprovar com urgência a PEC 31/2024 sugerida pela CNM na XXIV Marcha. As alterações climáticas são fenômenos cada vez mais frequentes e as prefeituras precisam de apoio. A nossa proposta vai possibilitar um fundo permanente com cerca de R$ 30 bilhões para ações de prevenção e enfrentamento das consequências da mudança climática. Não é possível apenas assistirmos a tantas tragédias dia após dia sem que haja uma ação efetiva. São milhões de pessoas impactadas em nosso país”, afirmou Ziulkoski.

Além dos incêndios, o levantamento atualiza os decretos de emergência por seca e estiagem, que afetaram 9,3 milhões de pessoas e geraram R$ 43 bilhões em prejuízos econômicos neste ano. Em 2023, 630,7 mil pessoas foram impactadas por incêndios em 120 municípios, evidenciando o agravamento da crise climática.

A PEC 31/2024 propõe que os recursos do Fundo Nacional de Mudança Climática sejam aplicados fora do Orçamento Geral da União, argumentando que o modelo atual de alocação de recursos não tem sido eficaz na promoção de medidas preventivas. O texto sugere a destinação de 3% da arrecadação do Imposto de Renda e do IPI para o fundo, permitindo que os municípios promovam ações de conscientização e prevenção de desastres naturais.

A CNM também defende a criação de um Consórcio Nacional para Gestão Climática e Prevenção de Desastres, apontando que mais de 94% dos municípios enfrentam dificuldades para lidar com as mudanças climáticas, e que 43% das prefeituras não possuem uma pessoa responsável pelo monitoramento desses eventos, enquanto 47% carecem de sistemas de alerta.

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